São Paulo, quinta-feira, 08 de novembro de 2007

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Larga e universal

FAZ SENTIDO a proposta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que pleiteia trocar a obrigação das concessionárias de instalar orelhões pela universalização das redes de banda larga para a internet. Os padrões mudaram. Orelhões tendem a ficar subutilizados, enquanto a conexão rápida com a rede de computadores se torna uma necessidade.
O país conta hoje com 35 milhões de telefones fixos em serviço -praticamente o mesmo número de 2003. A principal causa do fenômeno é a expansão da telefonia celular. Já há 112 milhões de aparelhos em operação, numa população de 190 milhões.
Outro fator que favorece os celulares é o custo de manutenção da linha fixa. A assinatura básica sai por cerca de R$ 40 mensais, contra zero de um móvel pré-pago -modalidade que concentra 80% do mercado.
A idéia, portanto, é aplicar cerca de R$ 1 bilhão, que as concessionárias deveriam investir em 8.461 postos de serviços de telecomunicações (conjunto de quatro orelhões e um terminal de acesso à internet), na ampliação da banda larga. Hoje contam com banda larga só 2.000 municípios que pareceram comercialmente rentáveis às operadoras. Se a proposta for aprovada, as concessionárias teriam prazo até 2010 para levar a rede até as 3.570 cidades restantes.
O projeto da Anatel parece um daqueles raros casos de consenso entre consumidores, concessionárias, agência e governo. Se tal unanimidade sobreviver à consulta pública à qual será agora submetida, deve ser aprovada sem delongas. Morar num município pequeno não pode ser motivo para que o cidadão tenha menor acesso às informações e às oportunidades da rede mundial de computadores.


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