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Larga e universal
FAZ SENTIDO a proposta da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que
pleiteia trocar a obrigação das
concessionárias de instalar orelhões pela universalização das
redes de banda larga para a internet. Os padrões mudaram. Orelhões tendem a ficar subutilizados, enquanto a conexão rápida
com a rede de computadores se
torna uma necessidade.
O país conta hoje com 35 milhões de telefones fixos em serviço -praticamente o mesmo número de 2003. A principal causa
do fenômeno é a expansão da telefonia celular. Já há 112 milhões
de aparelhos em operação, numa
população de 190 milhões.
Outro fator que favorece os celulares é o custo de manutenção
da linha fixa. A assinatura básica
sai por cerca de R$ 40 mensais,
contra zero de um móvel pré-pago -modalidade que concentra
80% do mercado.
A idéia, portanto, é aplicar cerca de R$ 1 bilhão, que as concessionárias deveriam investir em
8.461 postos de serviços de telecomunicações (conjunto de quatro orelhões e um terminal de
acesso à internet), na ampliação
da banda larga. Hoje contam
com banda larga só 2.000 municípios que pareceram comercialmente rentáveis às operadoras.
Se a proposta for aprovada, as
concessionárias teriam prazo até
2010 para levar a rede até as
3.570 cidades restantes.
O projeto da Anatel parece um
daqueles raros casos de consenso entre consumidores, concessionárias, agência e governo. Se
tal unanimidade sobreviver à
consulta pública à qual será agora submetida, deve ser aprovada
sem delongas. Morar num município pequeno não pode ser motivo para que o cidadão tenha
menor acesso às informações e
às oportunidades da rede mundial de computadores.
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