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FERNANDO RODRIGUES
Futurologia
BRASÍLIA - Dois nomes se consolidaram na eleição deste ano no campo governista e na oposição.
O governador de Pernambuco
reeleito, Eduardo Campos (PSB), é
o emergente mais vistoso entre os
dilmistas. E o senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) lidera o lado oposto.
Se moverem as peças corretas no
tabuleiro, não é um exagero dizer
que ambos estão habilitados para
concorrer com chances reais de ganhar o Palácio do Planalto algum
dia. Pode ser em 2014, 2018 ou 2022.
Aécio tem 50 anos. Eduardo Campos, 45. O tempo está a favor deles.
Jovens, podem esperar a fila andar
e o momento certo.
No caso do tucano, tudo dependerá de como se sairá depois da
transição de poder em curso no
PSDB. Os aliados tradicionais da legenda, DEM e PPS, também precisam ser devidamente cooptados de
maneira mais perene. Há alguns
anos ouve-se a hipótese de fusão
dessas siglas para criar uma agremiação análoga ao Partido Republicano dos EUA aqui no Brasil.
Essa eventual incorporação é vital para Aécio. O PSDB passa por
um processo de raquitismo. Sem
músculos partidários, o mineiro
não terá uma caminhada suave.
No caso de Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes (1916-2005), a
conjuntura é semelhante. Ele comanda um partido que terá em 2011
seis governadores, 34 deputados e
três senadores. É a força de centro-esquerda mais saliente depois do
PT. Por que não fundir as duas
siglas e construir a maior agremiação de apoio a Dilma Rousseff a
partir de 2011?
Juntos, PT e PSB teriam 11 governadores, 122 deputados e 18 senadores. Nasceria a maior sigla desde
o PMDB anabolizado artificialmente nos anos 80 por causa do Plano
Cruzado. Esse é um cenário improvável. Impossível talvez. Mas certamente seria uma aposta robusta para viabilizar um projeto presidencial competitivo de Campos nessa
espécie de neo-PT.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
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