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PACOTE FISCAL
O governo do presidente
George W. Bush anunciou um
novo pacote fiscal para tentar reativar
o mercado de ações e estimular a
economia. Foi estimado em US$ 600
bilhões, em torno de 5,7% do PIB
norte-americano.
A principal medida do pacote é a
eliminação do Imposto de Renda
(IR) incidente sobre os dividendos
pagos aos investidores. O propósito
do governo é estimular aplicações no
mercado acionário, que amargou
desvalorização pelo terceiro ano consecutivo. O pacote inclui ainda restituição de US$ 400 para famílias de
renda baixa e média, aumento do limite para dedução no IR por filho dependente, liberação de recursos para
os governos estaduais, regras mais
generosas para as empresas amortizarem equipamentos e extensão do
seguro-desemprego.
O governo norte-americano realizou uma rápida travessia: de um superávit orçamentário de US$ 230 bilhões, em 2001, para um déficit de
US$ 157 bilhões, em 2002. O novo
pacote fiscal deve elevar o déficit para
US$ 250 bilhões em 2003, sem contar o custo de uma cada vez mais provável guerra contra o Iraque. Essa
ampliação do déficit resultará em aumento da dívida pública.
Em princípio, o aumento no endividamento público, por mais paradoxal que seja, parece representar
uma decisão adequada ao momento
atual da economia norte-americana.
Ele se combina à política de juros
reais baixos -hoje muito próximos
de zero- para tentar evitar que o refluxo no investimento privado e a depreciação dos ativos financeiros levem a economia à depressão.
Mas diversos analistas têm alertado
para os limites do pacote fiscal no
seu objetivo de reativar a economia
americana, uma vez que grande parte da renúncia tributária será direcionada às camadas mais ricas da população. Bush corre o risco de aumentar a dívida pública sem garantir o retorno ao crescimento sustentado.
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