São Paulo, domingo, 09 de janeiro de 2011

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Divisão americana

Uma nova legislatura tomou posse no Congresso dos EUA na semana que passou. A oposição, vitoriosa, pretende reverter as principais políticas aprovadas até agora por Barack Obama.
Estão na mira dos republicanos, que passam a controlar a Câmara dos Representantes, mas não o Senado, a reforma da saúde e o crescente deficit do governo federal.
A nova legislação de seguridade social, que torna compulsória a contratação pelos cidadãos de um plano de saúde, e o aumento da presença do Estado na economia são considerados pela oposição como intervenções abusivas do Estado na vida dos indivíduos.
É grande a distância, todavia, entre a promessa de mudança feita pela nova maioria e a sua possibilidade real de ação. Quanto a isso, pode lhes servir de exemplo a experiência do próprio Obama, que tem frustrado as expectativas de muitos de seus eleitores e aliados de primeira hora.
A liderança da Câmara já programa, para a próxima semana, votação para tentar derrubar a reforma da saúde. Ainda que consiga os votos necessários, o Senado, ainda sob controle democrata, não confirmará o contraprojeto.
A promessa de reduzir o deficit público se mostra ainda mais difícil de ser cumprida, sobretudo quando a economia americana ainda se encontra nos estágios iniciais de recuperação da mais grave crise desde a Depressão dos anos 30. Cortar gastos não é tarefa fácil em qualquer peça orçamentária de países democráticos -e os republicanos, nos EUA, se definem politicamente pela defesa da redução de impostos.
Do ponto de vista eleitoral, também tende a ser pequeno o efeito das resistências do novo Congresso. A grande maioria dos americanos já se divide ideologicamente em relação aos assuntos postos na pauta pelos republicanos. E deve permanecer assim até o pleito presidencial de 2012.
Crucial para Obama, até lá, será a recuperação da economia e, sobretudo, do emprego -o que poderá fazer a diferença na recuperação de sua popularidade.


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