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Divisão americana
Uma nova legislatura tomou
posse no Congresso dos EUA na
semana que passou. A oposição,
vitoriosa, pretende reverter as
principais políticas aprovadas até
agora por Barack Obama.
Estão na mira dos republicanos,
que passam a controlar a Câmara
dos Representantes, mas não o Senado, a reforma da saúde e o crescente deficit do governo federal.
A nova legislação de seguridade social, que torna compulsória a
contratação pelos cidadãos de um
plano de saúde, e o aumento da
presença do Estado na economia
são considerados pela oposição
como intervenções abusivas do
Estado na vida dos indivíduos.
É grande a distância, todavia,
entre a promessa de mudança feita pela nova maioria e a sua possibilidade real de ação. Quanto a isso, pode lhes servir de exemplo a
experiência do próprio Obama,
que tem frustrado as expectativas
de muitos de seus eleitores e aliados de primeira hora.
A liderança da Câmara já programa, para a próxima semana,
votação para tentar derrubar a reforma da saúde. Ainda que consiga os votos necessários, o Senado,
ainda sob controle democrata,
não confirmará o contraprojeto.
A promessa de reduzir o deficit
público se mostra ainda mais difícil de ser cumprida, sobretudo
quando a economia americana
ainda se encontra nos estágios iniciais de recuperação da mais grave crise desde a Depressão dos
anos 30. Cortar gastos não é tarefa
fácil em qualquer peça orçamentária de países democráticos -e os
republicanos, nos EUA, se definem politicamente pela defesa da
redução de impostos.
Do ponto de vista eleitoral, também tende a ser pequeno o efeito
das resistências do novo Congresso. A grande maioria dos americanos já se divide ideologicamente
em relação aos assuntos postos na
pauta pelos republicanos. E deve
permanecer assim até o pleito presidencial de 2012.
Crucial para Obama, até lá, será
a recuperação da economia e, sobretudo, do emprego -o que poderá fazer a diferença na recuperação de sua popularidade.
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