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CLÓVIS ROSSI
A Alca. Ou o feitiço virou
SÃO PAULO - Quem acha que os mal chamados "radicais" do PT limitam-se à senadora Heloísa Helena e ao deputado Babá enganam-se.
Começou uma campanha por e-mail, organizada por entidades muito chegadas ao PT, para protestar
contra o que os autores consideram
mais um ponto de continuidade na
gestão Luiz Inácio Lula da Silva em
relação ao governo FHC.
Agora, o alvo é a posição do governo sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), aquela negociação comercial que seria uma
"anexação" do Brasil pelos Estados
Unidos, na visão do então candidato
Luiz Inácio Lula da Silva.
A Coordenação Nacional da Campanha Contra a Alca, a que promoveu o plebiscito do ano passado, reclama que a iniciativa do governo de
entregar até o dia 15 as propostas sobre abertura nas áreas de indústria,
agricultura e serviços "dá continuidade às negociações da Alca nos mesmos moldes das propostas elaboradas durante o governo de Fernando
Henrique Cardoso".
O comunicado adota o estilo Babá:
"É incompreensível que o governo
Lula continue a esconder as propostas para a Alca, não permitindo seu
debate na sociedade".
Não é tudo: "Essa atitude dá margem a sérias preocupações: será que
essas propostas comprometem a soberania de nosso país? Será que representam uma ameaça aos direitos
dos trabalhadores?"
Enfim, tudo o que as entidades sociais ligadas ou próximas do PT falaram sobre (ou contra) o governo
FHC, em seus oito anos, ressurge agora, transcorridos apenas 40 dias de
gestão Lula.
Serão também chamadas de radicais? Ameaçadas de censura pública?
Se sim, o PT deve desculpas ao governo FHC, porque encampou esse tipo
de críticas, como o demonstra o fato
de Lula achar, até recentemente, que
a Alca era "anexação" e não uma negociação comercial.
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