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PEDAGOGIA DA SEGURANÇA
Diante do aumento de casos
rumorosos de violência nas escolas públicas paulistas, o governo
do Estado de São Paulo decidiu reagir com a proposição de um plano
específico. É evidentemente impossível dissociar esse movimento do
calendário eleitoral. Faltam apenas
cinco meses para o pleito em que Geraldo Alckmin disputará um novo
mandato de quatro anos, e a violência se configura como um tema prioritário para os candidatos ao Palácio
dos Bandeirantes.
A experiência sempre recomenda
cautela com planos formulados às
vésperas de eleições.
A despeito disso, as escolas públicas do Estado de São Paulo, especialmente as situadas em regiões de risco, há muito estão a necessitar de
atenção especial no que diz respeito à
segurança de alunos, professores e
patrimônio. Mas atacar esse problema dentro do ambiente escolar requer necessariamente uma abordagem pedagógica.
Uma parte do plano do governo estadual vai nessa direção quando propugna pela capacitação de professores para que, em todas as disciplinas,
se trabalhem conceitos de ética e cidadania. Também faz sentido ampliar o número de escolas com dependências abertas a atividades comunitárias nos fins de semana.
Mas há um aspecto preocupante
no plano. Dependendo de como forem utilizadas, a vigilância do ambiente escolar através de câmeras de
vídeo e a revista de alunos podem ser
prejudiciais à própria missão educativa da escola. Se os estudantes se
sentirem alvo de suspeita permanente, se o ambiente escolar se tornar
opressivo demais, as boas intenções
do Plano de Segurança nas Escolas
poderão estar comprometidas.
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