São Paulo, quinta-feira, 09 de maio de 2002

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PEDAGOGIA DA SEGURANÇA

Diante do aumento de casos rumorosos de violência nas escolas públicas paulistas, o governo do Estado de São Paulo decidiu reagir com a proposição de um plano específico. É evidentemente impossível dissociar esse movimento do calendário eleitoral. Faltam apenas cinco meses para o pleito em que Geraldo Alckmin disputará um novo mandato de quatro anos, e a violência se configura como um tema prioritário para os candidatos ao Palácio dos Bandeirantes.
A experiência sempre recomenda cautela com planos formulados às vésperas de eleições.
A despeito disso, as escolas públicas do Estado de São Paulo, especialmente as situadas em regiões de risco, há muito estão a necessitar de atenção especial no que diz respeito à segurança de alunos, professores e patrimônio. Mas atacar esse problema dentro do ambiente escolar requer necessariamente uma abordagem pedagógica.
Uma parte do plano do governo estadual vai nessa direção quando propugna pela capacitação de professores para que, em todas as disciplinas, se trabalhem conceitos de ética e cidadania. Também faz sentido ampliar o número de escolas com dependências abertas a atividades comunitárias nos fins de semana.
Mas há um aspecto preocupante no plano. Dependendo de como forem utilizadas, a vigilância do ambiente escolar através de câmeras de vídeo e a revista de alunos podem ser prejudiciais à própria missão educativa da escola. Se os estudantes se sentirem alvo de suspeita permanente, se o ambiente escolar se tornar opressivo demais, as boas intenções do Plano de Segurança nas Escolas poderão estar comprometidas.


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