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COMBATE À MALÁRIA
A boa notícia é que algo está
sendo feito para combater a
malária. A má é que os esforços ainda não se traduziram numa redução
do número de novos casos da doença. E tudo permanecer na mesma já é
desalentador no contexto de uma
epidemia que faz entre 350 milhões e
500 milhões de novas vítimas por
ano em todo o mundo.
Essas considerações constam do
primeiro relatório global relativo à
mais recente iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para
controlar a malária. O estudo viu
progressos tanto na prevenção como
no tratamento da moléstia na África,
o continente mais atingido, e antecipa uma retração no número de casos
nos próximos anos.
No campo da prevenção, o principal investimento é a utilização de
cortinados antimosquito tratados
com inseticidas de longa duração.
Trata-se de uma medida barata e eficiente que tem conseguido cobertura
cada vez maior. Após uma campanha de distribuição em 2003, 80%
das crianças de menos de cinco anos
em Zâmbia já se valiam do mosquiteiro. Em Togo, após campanha análoga em 2004, a proporção de domicílios com pelo menos uma rede saltou de 8% para 62%.
Em relação ao tratamento, o destaque é a substituição das drogas antigas, baseadas na cloroquina, por novas que se valem da artemisinina. A
substituição é importante porque em
muitas áreas o Plasmodium falciparum,
o parasita causador da forma mais
grave da malária, dá sinais de ter desenvolvido resistência aos medicamentos antigos.
Promover o combate à malária é
possivelmente a ajuda isolada mais
valiosa que o mundo pode prestar à
África. A moléstia é a que mais mata
crianças no continente -pelo menos três vezes mais que a Aids. O
obstáculo, como sempre, é a falta de
fundos. A OMS estima que sejam necessários US$ 3,2 bilhões anuais para atuar com eficiência nos 82 países
em pior situação. E só há US$ 600
milhões disponíveis.
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