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Alento
DE ACORDO com pesquisa do
IBGE divulgada na sexta,
em dezembro a produção
da indústria brasileira apresentou pequeno recuo, de 0,6%, sobre aquela verificada em novembro - mês em que ela já se havia
retraído 2%. Uma leitura apressada dessas duas quedas mensais
sucessivas da atividade manufatureira poderia surgir uma preocupante inflexão negativa na sua
trajetória de crescimento. O exame de um conjunto mais amplo
de informações sugere, no entanto, uma interpretação mais
benigna.
O que parece ter ocorrido nos
dois meses finais de 2007 foi
apenas uma acomodação do nível de produção, que vinha em alta acelerada.
O ano de 2007 encerrou-se, assim, com um crescimento de 6%
da produção da indústria -graças ao dinamismo das vendas no
mercado interno e a despeito do
desempenho medíocre das exportações industriais. O perfil
desse crescimento teve algumas
características favoráveis. Uma
foi a sua abrangência: das 27 atividades industriais acompanhadas pelo IBGE, a grande maioria
(21) apresentou uma produção
maior do que em 2006. Outra,
particularmente importante, foi
o salto na produção de máquinas
e equipamentos, de nada menos
do que 18%.
A importação de máquinas e
equipamentos também cresceu
muito (32%). Em outras palavras, o investimento na ampliação das plantas produtivas e/ou
em sua modernização cresceu
com força, pelo segundo ano
consecutivo.
O baixo investimento foi, durante muitos anos, um fator que
impediu a economia brasileira
de crescer a taxas mais robustas
sem pressionar a inflação. Os números do investimento em 2007
são, por isso mesmo, um importante alento para as perspectivas
de 2008.
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