São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2008

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Alento

DE ACORDO com pesquisa do IBGE divulgada na sexta, em dezembro a produção da indústria brasileira apresentou pequeno recuo, de 0,6%, sobre aquela verificada em novembro - mês em que ela já se havia retraído 2%. Uma leitura apressada dessas duas quedas mensais sucessivas da atividade manufatureira poderia surgir uma preocupante inflexão negativa na sua trajetória de crescimento. O exame de um conjunto mais amplo de informações sugere, no entanto, uma interpretação mais benigna.
O que parece ter ocorrido nos dois meses finais de 2007 foi apenas uma acomodação do nível de produção, que vinha em alta acelerada.
O ano de 2007 encerrou-se, assim, com um crescimento de 6% da produção da indústria -graças ao dinamismo das vendas no mercado interno e a despeito do desempenho medíocre das exportações industriais. O perfil desse crescimento teve algumas características favoráveis. Uma foi a sua abrangência: das 27 atividades industriais acompanhadas pelo IBGE, a grande maioria (21) apresentou uma produção maior do que em 2006. Outra, particularmente importante, foi o salto na produção de máquinas e equipamentos, de nada menos do que 18%.
A importação de máquinas e equipamentos também cresceu muito (32%). Em outras palavras, o investimento na ampliação das plantas produtivas e/ou em sua modernização cresceu com força, pelo segundo ano consecutivo.
O baixo investimento foi, durante muitos anos, um fator que impediu a economia brasileira de crescer a taxas mais robustas sem pressionar a inflação. Os números do investimento em 2007 são, por isso mesmo, um importante alento para as perspectivas de 2008.


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