São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2006 |
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ELIANE CANTANHÊDE Compra de votos BRASÍLIA - Além de Lula conquistar 65% das intenções de voto
no Nordeste à custa principalmente do Bolsa-Família, a pauta do governo está sendo ditada pelas pesquisas eleitorais, para reforçar
apoios em regiões e em setores do
eleitorado onde Alckmin poderia
deslanchar. Senão, vejamos.
O tucano começou a crescer no
Sul? O governo lança um pacote para os setores moveleiro, de máquinas e de tratores, fortes na região,
na véspera de uma viagem de Lula
ao Rio Grande do Sul e a Santa Catarina. Pelo último Datafolha, a tendência inverteu. Alckmin recuou
para 23% e Lula foi para 37%.
O eleitorado feminino (52,5%) é
mais indeciso, mais desconfiado e
mais resistente a Lula? O presidente faz festa para sancionar a "Lei
Maria Penha", endurecendo contra
agressores de mulheres.
Agora, Lula continua mais forte
entre os homens (52% contra 43%
das mulheres), mas sem tanta resistência feminina. Alckmin tem, respectivamente, 24% e 23%.
O PCC atinge o coração da candidatura tucana, que é São Paulo? O
governo oferece o Exército, mas
não é para valer, e R$ 100 milhões
para a segurança, que nunca chegam. É para colocar o Estado contra
a parede: se aceitar o Exército, admite sua incompetência; se não, está fazendo "politicagem". E é acusado de não receber a verba porque
não tem projetos na área.
Assim, Lula recupera Sul e Sudeste, beneficiando-se de Heloísa Helena no Rio e do voto Lula-Aécio em
Minas e usando os instrumentos do
presidente a favor do candidato -o
que é inerente ao processo de reeleição. Depois de FHC em 1998,
quem atira a primeira pedra?
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