São Paulo, sexta-feira, 10 de agosto de 2007

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Indústria mais produtiva

ENQUANTO os mercados financeiros globais seguem em trajetória de montanha-russa, as notícias sobre a chamada economia real no Brasil têm sido mais tranqüilizadoras. A Confederação Nacional da Indústria, por exemplo, acaba de divulgar que o nível de utilização da capacidade instalada está aumentando a um ritmo bem mais modesto do que a produção.
Isso significa menor risco de a procura por manufaturas, a qual cresce com velocidade, vir a deparar-se com oferta insuficiente, o que tenderia a atiçar a inflação.
Na pesquisa de junho, a CNI apurou uma redução no uso da capacidade produtiva industrial em relação a maio. O resultado torna-se bastante significativo em vista da forte expansão da produção fabril, detectada pelo IBGE, de maio para junho. Trata-se de um indicativo importante de que o impulso dos investimentos, observado há algum tempo, já se traduz em ampliação da capacidade produtiva.
As estatísticas citadas sugerem, ademais, que a indústria está elevando a sua produtividade: só assim ela pôde produzir mais utilizando uma proporção menor de suas máquinas e equipamentos. É um resultado também associado à alta dos investimentos empresariais, que promovem a entrada em operação de máquinas, equipamentos e processos mais avançados.
Outro elemento que indica baixo risco de que a expansão da demanda gere pressões excessivas sobre os preços é a entrada de produtos importados, que continua a crescer com grande velocidade, complementando a oferta doméstica de bens.
Ao lado dos próprios resultados dos índices de inflação, que permanecem favoráveis, configura-se um quadro que dá boa margem de manobra para a política econômica -inclusive para prosseguir, por um bom tempo, reduzindo a taxa de juros.


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