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Indústria mais produtiva
ENQUANTO os mercados financeiros globais seguem
em trajetória de montanha-russa, as notícias sobre a chamada economia real no Brasil têm
sido mais tranqüilizadoras. A
Confederação Nacional da Indústria, por exemplo, acaba de
divulgar que o nível de utilização
da capacidade instalada está aumentando a um ritmo bem mais
modesto do que a produção.
Isso significa menor risco de a
procura por manufaturas, a qual
cresce com velocidade, vir a deparar-se com oferta insuficiente,
o que tenderia a atiçar a inflação.
Na pesquisa de junho, a CNI
apurou uma redução no uso da
capacidade produtiva industrial
em relação a maio. O resultado
torna-se bastante significativo
em vista da forte expansão da
produção fabril, detectada pelo
IBGE, de maio para junho. Trata-se de um indicativo importante de que o impulso dos investimentos, observado há algum
tempo, já se traduz em ampliação da capacidade produtiva.
As estatísticas citadas sugerem, ademais, que a indústria está elevando a sua produtividade:
só assim ela pôde produzir mais
utilizando uma proporção menor de suas máquinas e equipamentos. É um resultado também
associado à alta dos investimentos empresariais, que promovem
a entrada em operação de máquinas, equipamentos e processos mais avançados.
Outro elemento que indica
baixo risco de que a expansão da
demanda gere pressões excessivas sobre os preços é a entrada de
produtos importados, que continua a crescer com grande velocidade, complementando a oferta
doméstica de bens.
Ao lado dos próprios resultados dos índices de inflação, que
permanecem favoráveis, configura-se um quadro que dá boa
margem de manobra para a política econômica -inclusive para
prosseguir, por um bom tempo,
reduzindo a taxa de juros.
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