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Reação tímida e tardia
FINALMENTE o governo brasileiro decidiu reagir às crescentes investidas do presidente do Equador, Rafael Correa, contra empresas brasileiras
que operam no país. Nota divulgada ontem pelo Ministério das
Relações Exteriores informa que
o Brasil adiou uma missão ao
país vizinho, que estava agendada para o próximo dia 15. O grupo
planejava discutir exatamente o
apoio brasileiro a obras de infra-estrutura viária no país.
A reação brasileira é tardia e
insuficiente. Em sua escalada
populista, o presidente equatoriano eleva seus ataques a empresas estrangeiras. Entre as
mais afetadas estão as brasileiras
Odebrecht e Petrobras. A primeira acaba de ser expulsa, sob a
alegação de irregularidades na
construção da hidrelétrica de
San Francisco. Dois de seus funcionários, que tiveram os direitos constitucionais retirados, estão abrigados na representação
diplomática brasileira.
Agora a Petrobras também é
ameaçada de expulsão. Correa
exige a renegociação do contrato
de exploração de um campo administrado pela estatal.
As ações demagógicas no
Equador eram previsíveis e repetem ritual já conhecido. Atos
hostis não deveriam ser recebidos com condescendência pela
diplomacia brasileira. A inação
se transforma em combustível
para novos ataques, cada vez
mais radicais. Brasília não pode
dizer que está surpresa com o
gesto de Quito.
Para o Equador, o resultado da
política governamental, já em
curso, é a fuga dos investidores.
Quanto ao governo brasileiro,
caberia defender a contento os
interesses nacionais no exterior.
Basta lembrar que a hidrelétrica
de San Francisco foi financiada
pelo BNDES, e o presidente
equatoriano ameaça não pagar
essa dívida. Estão em jogo os fundamentos da chamada integração latino-americana.
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