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FERNANDO DE BARROS E SILVA
Dilemas municipais
SÃO PAULO - "A oportunidade é
nossa!". Era esse o título do artigo
da ministra Marta Suplicy, publicado ontem na página 3 da Folha. Um
trololó institucional a respeito da
Copa de 2014. Por ironia, a verdadeira oportunidade da petista estava uma página adiante, nos números da pesquisa Datafolha que a colocam em empate técnico com Geraldo Alckmin na liderança da disputa pela prefeitura paulistana.
É um resultado que praticamente obriga Marta a ser candidata,
ainda que ela esteja, como insiste,
"super feliz" no Turismo. O PT não
tem outro nome viável na cidade e a
pressão partidária só vai aumentar.
Soa frágil, além disso, a idéia de
que a petista deveria se preservar
para 2010. Sua rejeição ainda é alta,
mas recuou sete pontos (de 36 para
29). E uma campanha, mesmo que
não vitoriosa, oxigenaria o contato
com a base social que Marta construiu na cidade. Isso, tudo indica,
num ambiente de crescimento, em
tese favorável aos aliados de Lula.
A situação de Alckmin é mais delicada. Para entendê-la é preciso ter
em vista que a prefeitura de Gilberto Kassab não é dos Democratas. É
tucana. Ou melhor, serrista. A máquina municipal, o secretariado, tudo está atrelado ao governador, a
começar pela carreira do prefeito.
Alckmin faria campanha contra
essa gestão? Como? E com quem?
Com que dinheiro? É muito difícil,
praticamente impossível imaginar
Kassab fora da disputa pela reeleição. Seus 13% o habilitam a concorrer até com pretensões de vitória.
Mas faz sentido o favorito nas
pesquisas abrir mão da disputa por
falta de espaço político? Alckmin
aceitaria quieto o risco de esperar
2010? Ou prefere os riscos de concorrer agora? Dizem que ele e Serra
mal se falam. As respostas passam
por essa conversa. Os tucanos estão
precisando discutir a relação.
Tudo agora é PAC. Depois do PAC
da Saúde, foi a vez do PAC do Samba, como batizaram os R$ 12 milhões liberados para o Carnaval do
Rio. Decidi aderir. Vou chamar
mensalão de PAC da base aliada.
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