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Discreta melhora
PESQUISA Datafolha realizada
no final de novembro apontou que o desempenho dos
594 deputados federais e senadores eleitos em 2006 atingiu
seu maior grau de aprovação.
Dos entrevistados, 19% avaliam o desempenho dos congressistas como ótimo ou bom, cinco
pontos percentuais a mais do
que o último levantamento, de
março. Também ocorreu melhora na ponta oposta, a da desaprovação. Para 31%, o desempenho
dos deputados e senadores é
ruim ou péssimo, contra 39% na
sondagem anterior.
Os dados, contudo, não representam mudança de patamar na
popularidade do Legislativo federal. A agenda política dominada pelas eleições municipais e a
ausência de escândalos recentes
oriundos do Congresso explicam
melhor essa discreta evolução.
Em nada se alterou o regime de
deliberações nas duas Casas, terreno em que grassam a baixa
produtividade e a subordinação
ao Executivo. Líderes congressuais afirmam que as duas Casas
não foram capazes de impor sua
própria agenda por causa do excesso de medidas provisórias enviadas pelo Planalto, o que bloqueia a pauta de votações.
Os legisladores, contudo, têm a
faca e o queijo nas mãos. Cabe a
eles alterar a Carta, a fim de impor limites ao Planalto. Mas ficou pendente a aprovação da
proposta de emenda constitucional que modifica a tramitação de
MPs. A iniciativa deve terminar
o ano inconclusa, assim como a
relativa à reforma tributária.
Sem terem finalizado votações
importantes, congressistas não
deixaram, entretanto, de consumir energias em causa própria. A
resistência à súmula antinepotismo, editada pelo Supremo, foi
particularmente lamentável.
No fim de seus mandatos, os
presidentes do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), e da
Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), tentaram mostrar serviço,
patrocinando uma agenda substantiva de votações. Os seus sucessores, que serão escolhidos
em 1º de fevereiro, deveriam fazer o mesmo -mas desde o primeiro dia da gestão.
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