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Editoriais
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Acima da média
É CERTO que o ministro da
Educação foi cauteloso na
entrevista publicada nesta
semana pela Folha. Buscou preservar-se e não deixou de lançar
mão do recurso ao autoelogio, irresistível para políticos. Ainda
assim, Fernando Haddad contribuiu com o debate público ao admitir falhas em sua gestão.
Sobre a sucessão de problemas
enfrentados pelo Exame Nacional do Ensino Médio, em seu novo formato, o ministro consentiu
que a empresa vencedora da licitação para realizar a prova não
possuía a mesma competência
de outras instituições participantes da disputa, detentoras de
reconhecida experiência.
Contribuiu para o resultado a
pressa do governo em transformar uma bem-sucedida avaliação de desempenho em método
de seleção para faculdades e universidades públicas.
Haddad classificou como um
"trauma" os problemas decorrentes do furto da prova, ainda
na fase de impressão. A falha de
segurança obrigou o ministério a
adiar a realização do exame, para
prejuízo dos estudantes e da credibilidade do Enem.
Têm sido bem orientadas, contudo, as políticas para a educação desde que o ministro assumiu a pasta, em 2005.
Ampliou-se a obrigatoriedade
do ensino, que será estendida
gradativamente ao antigo segundo grau e à pré-escola; verbas
destinadas por lei à educação,
antes passíveis de desvio para
outros gastos, foram novamente
vinculadas ao seu destino; apostou-se em uma política de avaliação do aprendizado dos alunos; e
gastos da União com o ensino
fundamental cresceram.
Nada disso impediu, no entanto, que os avanços fossem lentos
e atrapalhados por problemas de
gestão. Só tardiamente o governo Lula elegeu a educação como
uma de suas prioridades, e isso
se reflete no desempenho dos
alunos, que conheceu pouca melhora nos últimos anos.
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