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DOMINGO NA PAULISTA
Numa cidade tão carente de
áreas de lazer como São Paulo,
eventos do tipo "Domingo na Paulista" merecem elogios. Esse projeto
ainda experimental da prefeitura,
que interdita aos domingos trechos
da avenida Paulista, abrindo espaços
de entretenimento para a população,
já é um sucesso. No último domingo, 25 mil pessoas foram se divertir
no principal cartão postal de São
Paulo, segundo a Polícia Militar.
Até o próximo dia 20, "Domingo
na Paulista" segue em caráter experimental. A idéia é tornar a interdição e
a programação cultural definitivas,
mas antes será preciso avaliar os impactos sobre o trânsito, o comércio e
a vida dos moradores da região.
Eventualmente, será preciso tomar
medidas para reduzir os efeitos negativos produzidos pela iniciativa.
Reconhecer a importância de projetos como "Domingo na Paulista" e
apoiá-los não deve, contudo, servir
para isentar a prefeitura de seguir
abrindo novas áreas de lazer, especialmente na periferia. A região da
Paulista é uma das mais bem-servidas da cidade por parques e praças. E
é justamente nos bairros mais carentes que é maior a necessidade de
ações que privilegiem o lazer. É conhecida, por exemplo, a associação
entre ambientes urbanos deteriorados e a violência.
Deve-se reconhecer que a administração da prefeita Marta Suplicy deu
um passo importante com a implementação dos CEUs (Centros Educacionais Unificados), as escolas com
equipamentos culturais e esportivos,
que abrem seu espaço para a comunidade nos finais de semana. Mas as
carências são ainda muito grandes.
É de esperar que iniciativas como
"Domingo na Paulista" e a abertura
dos CEUs prosperem e se aprofundem. Há quem afirme que a capacidade de divertir-se ao longo de toda a
vida é um dos traços que distinguem
homens de animais. Nesse sentido,
entregar-se ao lazer nada mais é do
que exercer a própria humanidade.
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