São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2004

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O NOVO PROVÃO

O Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), a ser aplicado a partir de novembro próximo, introduz importantes mudanças no modelo de avaliação de cursos conhecido como provão.
O novo sistema determina que os exames, até agora anuais, passarão a ser realizados por amostragem, a cada três anos. Embora seja alvo de discussões técnicas, a utilização de procedimentos amostrais é em princípio defensável, além de proporcionar uma economia considerável.
Quanto à periodicidade, as avaliações anteriores mostraram que um ano parece ser um intervalo de tempo insuficiente para detectar mudanças significativas nos cursos. A determinação de um intervalo de tempo maior entre exames parece ser uma decisão apropriada. É também positiva a intenção de submeter o aluno a uma prova no primeiro ano de curso e outra no final. Assim, será possível aferir o quanto a faculdade realmente agregou à formação do estudante.
Uma novidade relativa ao conteúdo é a inclusão no teste de questões formuladas para verificar a formação geral dos estudantes, avaliando habilidades como a capacidade de análise e de crítica, além de noções de ética. Resta ainda saber como serão elaboradas essas questões e os seus critérios de correção.
Um aspecto problemático reside no fato de que, ao optar pela amostragem, o Enade torna mais difícil a adoção da regra pela qual a nota do aluno que se submeteu aos testes deveria constar de seu histórico escolar. Como nem todos farão a prova, seria injusto que o resultado constasse de alguns currículos e não de outros. Isso pode servir para que o aluno não se empenhe como deveria na realização da prova, facilitando eventuais condutas negligentes que se revelariam prejudiciais às instituições avaliadas e ao próprio valor do exame.


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