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O NOVO PROVÃO
O Enade (Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes), a ser aplicado a partir de novembro próximo, introduz importantes
mudanças no modelo de avaliação
de cursos conhecido como provão.
O novo sistema determina que os
exames, até agora anuais, passarão a
ser realizados por amostragem, a cada três anos. Embora seja alvo de discussões técnicas, a utilização de procedimentos amostrais é em princípio defensável, além de proporcionar uma economia considerável.
Quanto à periodicidade, as avaliações anteriores mostraram que um
ano parece ser um intervalo de tempo insuficiente para detectar mudanças significativas nos cursos. A determinação de um intervalo de tempo
maior entre exames parece ser uma
decisão apropriada. É também positiva a intenção de submeter o aluno a
uma prova no primeiro ano de curso
e outra no final. Assim, será possível
aferir o quanto a faculdade realmente
agregou à formação do estudante.
Uma novidade relativa ao conteúdo
é a inclusão no teste de questões formuladas para verificar a formação
geral dos estudantes, avaliando habilidades como a capacidade de análise
e de crítica, além de noções de ética.
Resta ainda saber como serão elaboradas essas questões e os seus critérios de correção.
Um aspecto problemático reside
no fato de que, ao optar pela amostragem, o Enade torna mais difícil a
adoção da regra pela qual a nota do
aluno que se submeteu aos testes deveria constar de seu histórico escolar.
Como nem todos farão a prova, seria
injusto que o resultado constasse de
alguns currículos e não de outros. Isso pode servir para que o aluno não
se empenhe como deveria na realização da prova, facilitando eventuais
condutas negligentes que se revelariam prejudiciais às instituições avaliadas e ao próprio valor do exame.
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