São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2004

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FERNANDO RODRIGUES

É a economia, é a economia...

BRASÍLIA - É mais fácil desencalhar uma baleia jubarte de uma praia no Rio do que saber se o crescimento da economia brasileira será sustentável por até 30 anos, como diz Lula.
E daí? Daí, nada. O eleitor vive no plano imediato. Está feliz com os recentes indicadores positivos (ou menos piores) de emprego, consumo e outros. Ato contínuo, a popularidade do presidente subiu, segundo pesquisa Sensus/CNT.
O governo Lula era aprovado por 29,4% num levantamento de 15 a 17 de junho. Na pesquisa dos dias 3 a 5 deste mês, pulou para 38,2%. A margem de erro é de três pontos. Entre um estudo e outro, pipocaram casos nebulosos. O uso de dinheiro do Banco do Brasil para ajudar o PT a comprar sua sede. Dúvidas sobre se o presidente do Banco Central omitiu patrimônio e renda do Fisco. Ficou tudo para trás. A popularidade de Lula subiu quase nove pontos.
Outro dado relevante a ser mencionado é a extrema semelhança entre as curvas de popularidade de FHC e de Lula até aqui.
Em agosto de 1996, com um ano e quase oito meses de palácio, a administração tucana era considerada ótima ou boa por 38% dos eleitores. Outros 19% a classificavam de ruim ou péssima. Para 40%, era apenas regular. Os números são do Ibope.
Lula, hoje, tem os seus 38,2% de bom e ótimo, 40,8% de regular e 17,7% de ruim e péssimo. O petista está no mesmo lugar onde FHC esteve no mesmo período do mandato. Essa tem sido a regra desde o início da administração federal do PT.
Apesar das similitudes, o resultado eleitoral do PT nas cidades em outubro pode ser diferente do obtido pelo PSDB em 1996. Naquele ano, FHC estava no auge, Mário Covas governava São Paulo. Ainda assim o candidato tucano, José Serra, perdeu a disputa pela prefeitura paulistana.
Há diferenças de lá para cá. A petista Marta Suplicy tenta a reeleição já no cargo de prefeita. Além disso, o PIB em 1996 cresceu 2,7%. Neste ano, deve bater em 3,5% a 4%. É a economia, sempre, mandando na política.


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