|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Meta distante
OS TRIBUNAIS Regionais Federais cumpriram menos
de um quarto da meta fixada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de julgar ainda
neste ano todas as ações distribuídas no país até o final de
2005. Em média, os TRFs julgaram, até 30 de junho, 22,3% dos
processos inseridos na "meta
dois" -assim chamada por conta
de sua posição num plano de dez
"metas de nivelamento" adotado
em fevereiro e coordenado pelo
CNJ.
A instituição da meta foi um
grande avanço prático para combater a morosidade da Justiça
brasileira. Seu objetivo, decerto,
era ambicioso.
Em balanço preliminar, o CNJ
havia constatado cerca de 23 milhões de processos distribuídos
até dezembro de 2005 em todos
os tribunais do Brasil. De acordo
com triagem recente, são cerca
de 5 milhões de processos -além
de outros estimados 5 milhões,
oriundos de tribunais que não
repassaram dados, caso do TJ
paulista.
A Justiça brasileira padece de
vícios técnicos que contribuem
para sua lentidão. Os tribunais
são abarrotados com numerosos
recursos desnecessários e falhas
processuais. Algumas importantes medidas para tentar desafogá-los, como a súmula vinculante -consolidação de uma interpretação do STF sobre determinada questão jurídica- e a repercussão geral -que permite a
rejeição de casos considerados
sem relevância social- são muito recentes e seus resultados
apenas começam a aparecer.
A despeito dos problemas estruturais, muitos dos quais precisam ser tratados no âmbito do
Congresso Nacional, é fundamental que o Judiciário permaneça firme no propósito de encerrar os processos antigos, se
não neste ano, como previa a meta inicial do CNJ, pelo menos até
o ano que vem.
Texto Anterior: Editoriais: Reaprender a ensinar Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Antes, a neta: agora, a filha Índice
|