São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 2002

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RISCOS AMBIENTAIS

Ninguém de bom senso contesta a necessidade de uma obra como a do Rodoanel Mário Covas. Concluído, ele interligará as rodovias que chegam a São Paulo. Deverá aliviar o tráfego de caminhões que hoje cruzam as marginais dos rios Tietê e Pinheiros em trânsito para outras localidades. Em princípio, também permitirá a redução do custo de fretes. A obra é necessária e vem até com certo atraso.
Isso não significa que o projeto não possa ser melhorado. Parecem procedentes as críticas que ambientalistas fazem em relação aos traçados das alças sul e norte, onde a obra poderá trazer impactos ao suprimento de água que abastece a cidade (mananciais das represas Billings e Guarapiranga, na região sul) e provocar danos à reserva da biosfera da serra da Cantareira (região norte). A própria Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) faz restrições ao projeto.
Parece oportuna, assim, a iniciativa do governo do Estado, o principal responsável pelo rodoanel, de adiar as audiências públicas para discussão dos traçados -e, consequentemente, o início das obras. É verdade que o governo só o fez porque foi pressionado, principalmente pelo movimento SOS Cantareira. Mas os aspectos ambientais de um projeto dessa magnitude precisam mesmo ser discutidos e avaliados com o máximo de cuidado e envolvendo todas as comunidades afetadas. Não era exatamente o que estava ocorrendo.
O governo deve estar aberto, inclusive, à possibilidade de proceder a alterações em seus planos iniciais, ainda que elas possam elevar custos. Toda obra tem algum impacto ambiental indesejável, mas é obrigação do administrador fazer o máximo possível para diminuí-lo. Nunca é demais recordar que a água que consumimos e o ar que respiramos são da mais alta importância.



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