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RISCOS AMBIENTAIS
Ninguém de bom senso contesta a necessidade de uma
obra como a do Rodoanel Mário Covas. Concluído, ele interligará as rodovias que chegam a São Paulo. Deverá aliviar o tráfego de caminhões
que hoje cruzam as marginais dos
rios Tietê e Pinheiros em trânsito para outras localidades. Em princípio,
também permitirá a redução do custo de fretes. A obra é necessária e vem
até com certo atraso.
Isso não significa que o projeto não
possa ser melhorado. Parecem procedentes as críticas que ambientalistas fazem em relação aos traçados
das alças sul e norte, onde a obra poderá trazer impactos ao suprimento
de água que abastece a cidade (mananciais das represas Billings e Guarapiranga, na região sul) e provocar
danos à reserva da biosfera da serra
da Cantareira (região norte). A própria Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) faz restrições ao projeto.
Parece oportuna, assim, a iniciativa
do governo do Estado, o principal
responsável pelo rodoanel, de adiar
as audiências públicas para discussão dos traçados -e, consequentemente, o início das obras. É verdade
que o governo só o fez porque foi
pressionado, principalmente pelo
movimento SOS Cantareira. Mas os
aspectos ambientais de um projeto
dessa magnitude precisam mesmo
ser discutidos e avaliados com o máximo de cuidado e envolvendo todas
as comunidades afetadas. Não era
exatamente o que estava ocorrendo.
O governo deve estar aberto, inclusive, à possibilidade de proceder a alterações em seus planos iniciais, ainda que elas possam elevar custos. Toda obra tem algum impacto ambiental indesejável, mas é obrigação do
administrador fazer o máximo possível para diminuí-lo. Nunca é demais recordar que a água que consumimos e o ar que respiramos são da
mais alta importância.
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