São Paulo, Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2000


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ACM banca Elcio Alvares

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Quando Brasília fervilha em torno da queda ou permanência de um ministro, o mais divertido são os bastidores do poder.
Ontem, enquanto o presidente da República e seu porta-voz davam declarações ambíguas a respeito do ministro da Defesa, Elcio Alvares, o presidente do Senado, ACM, era mais enfático para seus interlocutores.
"O Elcio não vai sair", foram as cinco palavras ditas por ACM às pessoas de seu convívio.
Essa era a resposta-padrão do senador para quem desejava saber se ele conhecia o nome do próximo ministro da Defesa.
O que significa isso?
Várias coisas.
A primeira delas é que ACM aparenta estar bem-informado. Elcio Alvares estaria firme no Ministério da Defesa. O senador estaria capitalizando o fato de saber de antemão um fato importante. Passa a imagem de estar bancando o ministro no cargo.
Outra possibilidade é ACM estar apenas fazendo campanha pela permanência de Elcio Alvares. Isso é improvável, mas não impossível.
Uma terceira hipótese é ACM estar mal-informado. Nesse caso, perderá prestígio com a eventual queda do ministro da Defesa.
Como perder poder e prestígio não são o forte de ACM, é pouco provável ele ter apenas dito o que disse da boca para fora.
Mesmo sendo uma declaração de bastidores, a frase de ACM cria outro problema nessa já confusa novela do Ministério da Defesa. Agora, se FHC acabar mesmo demitindo Elcio Alvares, comprará outra briguinha com o cacique do PFL.
A conferir.

Ah, o Brasil e Brasília. Mais uma da série "é duro voltar".
FHC sanciona hoje a lei que proíbe bombas automáticas nos postos de gasolina. Para sempre. É a modernidade tucana. A vanguarda do atraso.


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