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CHINA E AMÉRICA LATINA
É significativo que uma das
primeiras visitas internacionais
do presidente eleito da Bolívia, Evo
Morales, tenha sido à China, onde
foi recebido com pompa pelo dirigente Hu Jintao. O encontro reflete
os interesses dos dois lados e ressalta
a crescente influência da China na
América Latina, região tradicionalmente colocada no radar americano
por razões históricas e geográficas.
Para a China, a aproximação com a
América Latina é vital a fim de ampliar suas fontes de energia, matérias-primas e alimentos. Desde o início da década, o país asiático elevou
de forma significativa as importações da região e, hoje, está entre os
principais parceiros comerciais de
várias nações, incluindo o Brasil.
As vendas latino-americanas para a
China saltaram de US$ 1,5 bilhão,
em 1990, para US$ 21,6 bilhões, em
2004, segundo dados da Cepal (Comissão Econômica para a América
Latina e o Caribe).
Segundo maior consumidor de petróleo do mundo, a China busca parceiros para evitar riscos energéticos
que ameacem o crescimento de sua
economia. Nesse sentido, a Bolívia é
uma opção natural, com suas grandes reservas de gás. Da mesma forma a Venezuela, que firmou com os
chineses contratos de exploração de
petróleo e gás. Também o Equador,
onde a China comprou por US$ 1,4
bilhão a empresa de petróleo EnCana, entrou no foco da estratégia de
Pequim de assegurar energia futura.
Todos esses movimentos têm despertado preocupação em parcela da
elite política e militar norte-americana, que vê na expansão da China
uma ameaça a seus interesses estratégicos. Mas, para a América Latina,
a entrada em cena de um ator que
contrabalance a influência americana pode ser um fato positivo. Tudo
depende de os países latino-americanos administrarem com pragmatismo e discernimento o "fator chinês".
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