São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br

Haiti
"A morte por suicídio do general brasileiro no Haiti talvez tenha motivações mais profundas do que as noticiadas. A alma do indigitado oficial, formada para a defesa e os interesses da pátria, não resistiu quando testemunhou impotentemente a tragédia do modelo globalizado neoliberal, que, lá como cá, excluiu imensas massas de desvalidos, empurrando-os para uma vida quase animalesca de convivência social."
José de Anchieta Nobre de Almeida
(Rio de Janeiro, RJ)

Revenda
"Li na Folha que o presidente disse, a propósito de reeleição, que não venderá sua alma ao diabo. Não venderá mesmo. O diabo não compra duas vezes a mesma mercadoria."
Roberto Silva Costa (Ribeirão Preto, SP)

Austrália
"A agressão sofrida pelo estudante brasileiro Rodrigo Antenor de Souza, em Gold Coast, é motivo de preocupação e de pesar para toda a Austrália ("Estudante brasileiro é espancado na Austrália", Cotidiano, 7/1). Em nome da comunidade australiana, espero sinceramente que ele se recupere rapidamente. Estive em contato com a polícia local e estou seguro de que o caso será investigado em detalhes e que os responsáveis enfrentarão o sistema judiciário da Austrália. Ataques violentos não são comuns na Austrália e são totalmente inaceitáveis para os australianos, independentemente de sua motivação. Somos uma nação multicultural, orgulhosa de nossos registros de harmonia racial e celebração da diversidade. Seria motivo de preocupação ainda maior se, como foi sugerido, o ataque a Rodrigo tivesse sido motivado por racismo, mas esse não foi o caso. E teria sido incomum se fosse. Embora o país não seja livre de racismo, como indicado pelos distúrbios sociais que ocorreram em Sydney em dezembro, o racismo não é característico da Austrália nem da sociedade australiana. A força da reação da comunidade australiana a esses distúrbios é prova de quão profundas são as nossas tradições de igualdade. Isso significa que todos os brasileiros que visitam ou planejam visitar a Austrália, e seus amigos e familiares, podem sentir-se confiantes de que serão bem-vindos e estarão seguros."
Peter Heyward, embaixador da Austrália (Brasília, DF)

Congresso
"Li na Folha de ontem que o senhor Aldo Rebelo defende o aumento do número de deputados ("Aldo defende a criação de mais 8 vagas na Câmara", Brasil). E com esses novos deputados vem um infinito número de assessores -e o dinheiro dos nossos tributos continua indo pelo ralo. O que de útil farão esses deputados para o Brasil? Será que não está na hora de pensar numa redução no número de políticos na Câmara e no Senado, e não num aumento? Essa é mais uma decepção que eu tenho com um "ex-político de esquerda"."
Edson Ribeiro da Silva (Araraquara, SP)

Brasília e a dívida
"A construção de Brasília, no Planalto Central, era um impositivo constitucional. JK cumpriu-o. É muito primarismo achar que as boas ou más práticas políticas decorrem do fato de a capital ser aqui ou ali. O endividamento brasileiro começou em 1823 e se agravou depois do golpe de 64. De vez em quando, aparecem alguns, como o dançante ministro Gilberto Gil, que associam a construção de Brasília à inflação e ao nosso endividamento. Bobajada. O índice inflacionário da época era de 13,5% ao ano, irrisório diante das obras que JK vinha fazendo nos setores básicos da economia. A taxa média de crescimento dos cinco anos foi de 8,3% (quem afirma é a Fundação Getúlio Vargas). JK assumiu com uma dívida externa de US$ 1,8 bilhão. Saiu com US$ 2,5 bilhões, um aumento também irrisório diante dos investimentos. JK gastou menos dinheiro construindo Brasília do que seus sucessores contratando a dívida externa, o acordo nuclear com a Alemanha e o populismo cambial dos anos 90. Ah, tem mais: foi no governo JK, em 1959, que o Brasil pagou o maior salário mínimo de sua história. Equivaleria hoje a cerca de US$ 577. Tudo o mais são chorumelas. Se querem criticar JK ("Bossa Nova & polêmico", Ilustrada, 7/1), procurem outro motivo. Por exemplo: ele gostava de mulheres. Hoje isso é comprometedor."
Carlos Jansen (São Lourenço, MG)

Asfixias
"Com todo o respeito que tributamos ao sempre lúcido Elio Gaspari, permitir como tolerável e admissível a indicação de Tarso Genro ao STF pelo presidente Lula não é asfixia do presidente, mas, sim, asfixia da democracia e do Judiciário ("O impedimento de Lula por asfixia", Brasil, 11/1). É intolerável que alguém saia da presidência do partido do governo, para onde foi escalado pessoalmente pelo presidente da República, para assumir uma vaga no tribunal que decidirá muitas das questões levantadas pelo escândalo do "mensalão". Nelson Jobim e Maurício Corrêa, que não foram boas indicações, tinham sido ministros da Justiça, e não presidentes de partido. A Constituição veda a atividade político-partidária dos magistrados e, por isso, não se pode sequer pensar como possível tamanha desfaçatez e desrespeito às instituições."
Caramuru Afonso Francisco (São Paulo, SP)

Tapa-buracos
"Se o plano de recuperação das rodovias federais estava pronto desde outubro do ano passado, por que as obras não foram iniciadas naquela ocasião ? De outubro para cá, em decorrência das péssimas condições dessas rodovias, quantos adultos e crianças perderam suas vidas ou se feriram em acidentes? Quantas famílias foram desmanteladas pela dor decorrente da perda de seus entes queridos? É humana, ética, moral e justa a posição de um governo que retarda o início de obras que podem salvar vidas para que elas se iniciem em ano eleitoral?
Túllio Marco Soares Carvalho (Belo Horizonte, MG)

Foto
"Gostaria de saber qual é o propósito da Folha ao colocar uma foto na Primeira Página mostrando personalidades em posições ridículas (11/1). Será uma gigantesca piada de mau gosto para passar a mensagem subliminar de que o ministro Palocci e o presidente do Banco Central são subservientes ao FMI? Isso é um desserviço ao leitor e a todos os brasileiros. Não é de hoje que a Folha apresenta fotos de pessoas em situação ridícula. Isso não é notícia. É palhaçada no local errado."
Ricardo Azeredo Passos Candelaria (São Paulo, SP)
 

"Crítica velada, uma forma de protesto à política do atual governo. A Primeira Página de ontem foi uma das melhores dos últimos tempos. Bela foto, ótima manchete. Não é necessário entender de política, basta ler a foto."
Gerson Monteiro (Taubaté, SP)

Boas-festas

"A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Eliane Stephan + Studio (São Paulo, SP); David Feffer, Suzano Holding S.A. (São Paulo, SP); Juscelino Gadelha, líder da Bancada do PSDB na Câmara de São Paulo (São Paulo, SP); Roberto Chadad, presidente da Abravest -Associação Brasileira do Vestuário (São Paulo, SP); Carlos Brickmann, Brickmann & Associados Comunicação (São Paulo, SP); Luís Perez, editor da "Avião Revue" (São Paulo, SP); Arteplural Comunicação (São Paulo, SP); Centro de Eventos Cásper Líbero (São Paulo, SP); Bruna Oliveira da Silva, 6 anos (São Paulo, SP); José Maria Theodoro e Modesta Trindade Theodoro (Belo Horizonte, MG).


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