|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Tibete mais autônomo
MEIO SÉCULO depois do
fracassado levante no
Tibete contra a ditadura
chinesa, uma mudança de orientação, da parte da liderança religiosa no exílio, vem reduzindo as
reivindicações a um patamar mínimo. O dalai-lama, líder do budismo tibetano hoje abrigado na
Índia, deixou, nos últimos anos,
de propugnar pela independência para a região.
"A cultura e a identidade tibetanas estão perto de sumir", declarou anteontem o líder religioso da etnia que, na China, abrange 5 milhões de pessoas -concentradas na montanhosa faixa
sudoeste da fronteira chinesa. A
ênfase na luta por mais autonomia no Tibete, destinada unicamente a preservar o modo de vida, costumes e hábitos religiosos,
passou a conviver com a aceitação, pelo dalai-lama, da soberania da China sobre a região.
Não há sentido prático nem
político na luta pela independência. A história demonstra que o
domínio chinês sobre o território do Tibete é secular. Por essa e
outras razões, o separatismo tibetano não consegue angariar
apoio de outras nações.
Já o combate seja às violações
sistemáticas dos direitos humanos, seja ao que o dalai-lama denominou "genocídio cultural",
encontra amplo respaldo internacional -e nos fatos. O objetivo
de Pequim de eliminar a influência da religião no Tibete, que tomou a forma de uma cruzada ostensiva e violentíssima nos anos
1960 e 1970, não foi abandonado;
alterou-se apenas o método.
Tibetanos são tratados como
chineses de segunda classe pelo
regime de partido único. Pequim
restringe suas viagens para fora
do país, veda a entrada de jornalistas e turistas estrangeiros no
território quando bem entende e
não se furta a reprimir brutalmente qualquer ato de protesto.
Texto Anterior: Editoriais: Casa do espanto Próximo Texto: Londres - Clóvis Rossi: Recompensar o fracasso Índice
|