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FERNANDO RODRIGUES
Visão petista
BRASÍLIA - A política econômica ortodoxa escolhida pelo governo federal petista só tem uma chance de ser
deixada de lado: a combinação de estagnação e inflação com aumento
forte do desemprego.
Esse cenário ruim desaguaria numa queda forte de popularidade do
presidente Lula. Haveria então uma
guinada para outras direções, por razões políticas. Ainda assim, seria
uma luta duríssima a ser travada entre ortodoxos e heterodoxos.
Exceto na hipótese acima, nenhuma linha será adicionada ou retirada do documento divulgado nesta semana pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
É ocioso tentar prever o que acontecerá com a economia nos próximos
meses. O cenário pós-guerra ainda
não está definido o suficiente.
O que está claro é que o governo Lula acredita ser possível adotar políticas ortodoxas e fazer o país andar para a frente minimamente neste ano.
No Congresso, o raciocínio de gente
importante do PT é simples. Até
maio, estarão tramitando as reformas da Previdência e tributária. Até
junho, um novo sistema de aposentadorias dos servidores públicos estará
parcialmente votado.
Esse encaminhamento dará aos
agentes econômicos certeza sobre o
rumo de Lula. Por consequência, melhora o humor dos investidores estrangeiros e será possível reduzir a taxa de juros. O percentual de 18% em
dezembro é dito com alegria por vários congressistas petistas.
Juro menor significa mais investimento produtivo, mais empregos. É
evidente que nada de significativo
deve ocorrer neste ano, mas os petistas estão convencidos de que é possível segurar a onda a favor apenas
com base na expectativa de melhora
real em 2004.
Vai dar tudo certo? Lula não terá
uma grave crise externa (FHC teve
várias) para atrapalhar? Os eleitores
serão pacientes? Perguntas irrespondíveis agora. Mas o PT acredita que
vá dar tudo certo.
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