São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Lélia Abramo
"A título de melhor esclarecimento sobre o início da carreira profissional da atriz Lélia Abramo, mencionado no artigo "Artista viveu e representou seus ideais" (Brasil, pág. A16, edição de ontem), passo a transcrever trecho de seu livro de memórias: "Quis a sorte que, na noite de estréia, sem que tivéssemos conhecimento, estivesse presente na platéia o diretor fundador do Teatro de Arena, José Renato Pécora. Algumas semanas mais tarde, fui chamada a comparecer ao Teatro de Arena. Conversei com Augusto Boal, que estava ensaiando uma peça americana, "A mulher do Outro". Convidada por Boal, participei desse espetáculo numa rápida entrada de uma porta para sair pela outra. Mas valeu"."
Silvana Abramo Margherito Ariano
(São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia abaixo, na seção "Erramos", correção de outros dados a respeito de Lélia Abramo.

Carreira política
"Quando é que este país vai ser levado a sério? Tudo bem que não seja preciso ter curso superior para ocupar um cargo eletivo, mas não podemos dispensar experiência prévia. O indivíduo que quiser ser prefeito deve antes ter sido vereador. Para ser governador, precisa ter sido prefeito. E, para ser presidente, é necessário ter sido governador. É óbvio que uma boa carreira política não é garantia de bom governo, mas esse pára-quedismo que aí está já mostrou o seu potencial."
Hermínio Silva Júnior
(São Paulo, SP)

Conflito agrário
"As investidas do MST são tratadas pela Folha como "invasões", termo utilizado nos boletins de ocorrências policiais, historicamente protetores dos interesses de uma elite parasitária. Por que não utilizar o termo "ocupação", presente no vocabulário das pessoas ligadas ao MST? A discussão sobre reforma agrária envolve amplos setores da sociedade. Não pode continuar sendo abordada somente sob a perspectiva dos interesses ruralistas."
Sérgio Daniel Nasser (Jardinópolis, SP)

Aumento de tarifas
"O aumento concedido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) às distribuidoras de energia é revoltante. O melhor seria acabar com as inúteis agências reguladoras, que mais parecem lobistas das prestadoras de serviços públicos. Danem-se os cidadãos, que só prestam para pagar tributos. Fica cada vez mais difícil encontrar ponderação no caos desgovernado do Estado."
Gilberto Brandão Marcon
(São João da Boa Vista, SP)

Imprensa e poder
"O ministro Luiz Gushiken (Comunicação) teceu considerações a respeito de como a imprensa deve proceder para "evitar a exploração do contraditório, que fomenta discórdias". Ora, ministro, se a imprensa se prestar a fazer o trabalho de elogios, quem levantará o que está errado? O PT, no governo, mudou completamente. Críticas válidas de antes agora são ações de conspiradores."
Eduardo de Camargo Passos
(São Paulo, SP)

Polêmica nuclear
"A Coréia do Norte tem a bomba atômica e vive ameaçando jogar uma sobre o Japão no caso de ser atacada pelos EUA. Índia e Paquistão também possuem bombas atômicas e constantemente trocam ameaças a respeito de suas pendências de fronteira. O Irã sabidamente domina a técnica de fabricação da bomba atômica. É um absurdo que, com tudo isso acontecendo mundo afora, a Agência Internacional de Energia Atômica venha implicar exatamente com o Brasil, um país pacífico, sem pendências fronteiriças, defensor histórico do uso da tecnologia nuclear exclusivamente para fins pacíficos e signatário de tratados internacionais de não-proliferação de armas de destruição em massa."
Júlio Ferreira (Recife, PE)

Perigos do trânsito
"Muito bom o editorial "Guerra no trânsito" (Opinião, pág. A2, 8/4). Existem ainda outros pontos que devem ser analisados. Em relação à segurança, um item que é praticamente impossível possuir no Brasil é o freio ABS [antitravamento], pois é preciso estar disposto a pagar o preço. Em relação ao controle de velocidade, existem diversas alternativas tecnológicas. Implantar a limitação autoritária da velocidade máxima certamente não irá resolver. No dia seguinte, teremos oficinas vendendo kits para desbloqueio. Para melhorar a segurança, é preciso que se aumente a capacidade de antecipar os eventos (com radares e outros instrumentos). Isso tem um custo. Resta saber se a sociedade pode pagar."
Paulo Morais Santa Rosa (Brasília, DF)

"Causou-me espanto o editorial "Guerra no trânsito" apoiar a absurda sugestão de limitar a velocidade dos veículos às máximas permitidas nas estradas. Em que evitaria acidentes urbanos o fato de limitá-la a 120 km/h, hoje o maior limite em vigor? Se o limite fosse apenas eletrônico, uma simples reprogramação o eliminaria, sendo difícil de detectar pelas autoridades em uma inspeção de trânsito. E se os atuais 120 km/h se tornarem 130 km/h ou 140 km/h no futuro? Iríamos todos reprogramar o sistema? Velocidade não mata. O que mata é o despreparo, o desrespeito e a falta de civilidade em imprimir velocidade incompatível com as condições. É preciso frear a hipocrisia e buscar medidas sensatas."
Fabrício Samahá (Pindamonhangaba, SP)

Waly Salomão
"Encabecei, sim, a idéia de homenagear Waly Salomão, conforme nota publicada na coluna Monica Bergamo (Ilustrada, pág. E2, 8/4), mas somente a partir da solicitação da psicanalista Erandy Albernaz, amiga íntima do poeta, que foi quem realmente deu o primeiro passo nessa história e cujo nome, infelizmente, não foi citado."
Ledusha Spinardi (São Paulo, SP)

Religião
"Está desatualizado o argumento de Otavio Frias Filho ("Religião do capitalismo", Opinião, pág. A2, 8/4), segundo o qual pentecostais e outros protestantes podem impulsionar o capitalismo brasileiro porque só acreditam na salvação pela graça, diferentemente dos católicos. Na verdade, a tese protestante foi aceita há quase quatro anos pela Santa Sé, conforme declaração conjunta católico-luterana, divulgada em 31/10/99. Trechos: "Confessamos juntos que o ser humano, no concernente à sua salvação, depende completamente da graça salvadora de Deus. A liberdade que ele possui para com as pessoas e coisas do mundo não é liberdade com relação à salvação". Mais claro não poderia ser. Nem mais lógico: quem crê num Deus onipotente necessariamente admite que ele salva ou dana quem ele quiser."
Walter Rodrigues (São Luís, MA)


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