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ATAQUES À PAZ
O novo ciclo de violência que
explodiu no Oriente Médio
torna as perspectivas de paz entre Israel e palestinos -que já eram limitadas- ainda mais longínquas. A
nova iniciativa de promover um acordo na região, que, além do patrocínio dos EUA, conta com o apoio da
União Européia, da Rússia e das Nações Unidas, infelizmente vai seguindo a rota das anteriores. Corre o
risco de ser engolida pela espiral de
atentados e retaliações.
No mais recente ato de barbárie,
um terrorista suicida do Hamas explodiu um ônibus israelense em Jerusalém, matando mais de 15 pessoas e ferindo mais de 90. Antes disso, Israel havia tentado assassinar
um dirigente do Hamas, que sobreviveu, mas os mísseis usados na ação
mataram pelo menos dois palestinos. Ainda antes, um ataque realizado pelos três principais grupos extremistas palestinos provocou a morte
de cinco soldados israelenses nos
territórios ocupados. Os seis palestinos que participaram da ação também foram mortos.
No meio de tudo, escaramuças e retaliações produziram mais alguns
cadáveres. As ações ocorreram no espaço de apenas uma semana depois
da cúpula de Ácaba, na Jordânia, durante a qual os primeiros-ministros
israelense e palestino, Ariel Sharon e
Abu Mazen, sob as vistas do presidente norte-americano, se comprometeram com um novo plano de paz
para a região.
Os mais otimistas podem regozijar-se com o fato de que os dois líderes seguem afirmando que o plano
de paz continua de pé. Mas fica a
sensação de que o dizem principalmente para evitar o ônus de ser o primeiro a denunciar o acordo.
Para que a atual iniciativa prospere
onde outras fracassaram, vai ser preciso que os EUA, cuja posição no
Oriente Médio está fortalecida pela
vitória no Iraque, coloquem pressão
diplomática sobre as partes, principalmente sobre Ariel Sharon. Se Israel não moderar suas ações e não
der a Abu Mazen a chance de negociar com os radicais de seu lado, o
plano parece fadado ao fracasso.
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