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A canja e a feijoada
LUIZ CAVERSAN
Rio de Janeiro - Tentando transformar em piada o recente escândalo da
venda familiar de frangos para a Prefeitura de São Paulo, mas também levando em consideração os números
que o colocam na liderança das pesquisas de intenção de voto para o governo de São Paulo, há quem diga que
para Paulo Maluf a eleição de 98 será
"canja".
Aqui pelo Rio, a coisa está mais para
feijoada.
Será em torno do brasileiríssimo
prato que se reunirão, amanhã, petistas e pedetistas em busca de um rumo
comum para 98.
A patrocinadora da feijoada é a senadora Benedita da Silva (PT), cujos
dotes culinários costumam ser muito
elogiados, mais do que sua atuação na
antigamente chamada Câmara Alta.
À mesa estarão o "sapo barbudo" e o
"caudilho", ou seja, Lula e Brizola. Só
para refrescar a memória, quando decidiu apoiar Lula contra Collor em 89,
Brizola disse que, devido às circunstâncias, teria de "engolir o sapo barbudo". Lula, por sua vez, sempre fez
questão de ressaltar as tendências
caudilhescas de Brizola, talvez assim
evidenciando suas características de
batráquio hirsuto para o ex-governador do Rio.
Mas amanhã é dia de confraternização no morro do Chapéu Mangueira,
onde fica a residência de Benedita da
Silva. E de otimismo também, porque
quem conhece pouco Brizola espera
que ele deixe claro, público e notório,
durante o rega-bofe, que topa mesmo
ser vice na chapa presidencial de Lula.
Quem conhece melhor o líder pedetista aposta que ele deverá cozinhar o
galo, deixando de dizer sim, mas também abstendo-se de dizer não, muito
pelo contrário. A conferir.
Nem tudo está perdido. O Superior
Tribunal de Justiça suspendeu o pagamento dos supersalários de 300 funcionários da Assembléia Legislativa
do Rio. Servidores da casa chegam a
receber a bagatela de R$ 35 mil mensais.
Inspirado pela decisão do STJ, o governador Marcello Alencar disse que
também vai suspender o pagamento
dos marajás do Estado.
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