São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004

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CLÓVIS ROSSI

Começou o segundo turno

SÃO PAULO - A pesquisa que esta Folha publica hoje parece comprovar que a chamada "tática do medo", que Marta Suplicy jogou no meio da semana, foi provocada pelo temor a uma derrota.
Na comparação com o Datafolha anterior, José Serra ganha oito pontos, ou seja, os sete que subiu e o que Marta perdeu. Com margem de erro e tudo, é uma mudança importante, para dizer o menos.
De quebra, mantém a vantagem -agora elevada para 19 pontos percentuais- do tucano em um eventual segundo turno.
A combinação dos dois resultados é importante pelo seguinte: o usual é que, terminado o primeiro turno, haja um razoável encolhimento da diferença entre o primeiro e o segundo colocados.
Se, em vez de mera pesquisa, os números hoje publicados fossem os da votação propriamente dita e, paralelamente, o de uma pesquisa sobre segundo turno, o normal seria que, na próxima pesquisa, os 19 pontos de agora encolhessem.
Quanto, é impossível imaginar. Mas, no caso específico desta eleição, tenderia a encolher o suficiente para que o jogo começasse de novo e se mantivesse plenamente o pique dos candidatos, assessores, marqueteiros, simpatizantes, militantes -enfim, de todo o universo que gira em torno de candidaturas. Inclusive (e principalmente) o dos financiadores.
Mas, se a vantagem de Serra no primeiro turno crescer mais, o lógico é que cresça também para o turno final, tornando a reversão uma tarefa complicada para a prefeita.
A menos que Marta repita a façanha de Orestes Quércia em 1990, que se orgulha de ter quebrado o Banespa (então estatal), mas ter eleito Fleury Filho, que ficara longe de Paulo Maluf no primeiro turno.
Seja como for, parece evidente que o segundo turno começou uns 20 dias antes do primeiro.


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