|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Mais ensino técnico
Embora com divergências de
concepção, os candidatos à Presidência da República expressam
um bem-vindo consenso sobre a
necessidade de incrementar a oferta de ensino técnico no país.
Atualmente, as escolas técnicas
federais fornecem 216 mil vagas,
número pequeno para suprir a demanda por esse tipo de educação.
Dilma Rousseff (PT) se compromete a construir novas escolas
técnicas nas cidades com mais de
50 mil habitantes -ou seja, em
quase 600 municípios do país.
Desde 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou pouco
menos de 200 instituições deste tipo. A petista defende o modelo
adotado no governo Lula, que prevê o convívio, em um mesmo curso, do ensino médio tradicional
com o ensino profissionalizante.
Já José Serra (PSDB) preconiza a
separação entre os dois tipos de
ensino. Os estudantes cursariam
uma escola exclusivamente técnica, simultaneamente ou após a
conclusão do ensino médio em
um outro estabelecimento. Sua
proposta é criar 1 milhão de vagas
em escolas públicas e oferecer bolsas para instituições privadas.
Diferenças à parte, o investimento em mais ensino técnico -e
de maior qualidade- será benéfico tanto aos jovens brasileiros
quanto à expansão da atividade
econômica, que padece com a falta de mão de obra qualificada.
O governo Lula procurou investir na expansão de vagas no ensino superior, ao criar novas universidades e ampliar o acesso a instituições particulares por meio das
bolsas do Prouni. Mas a baixa qualidade de grande parte dos cursos
despeja no mercado candidatos a
profissionais pouco preparados.
Parte desses jovens poderia preferir ter acesso a uma formação
profissionalizante adequada. Um
ensino técnico com um horizonte
de oportunidades de trabalho poderia ainda ajudar a reduzir a
atualmente elevada evasão escolar no ensino médio.
Hoje, quase 20% dos que têm
entre 15 e 17 anos estão fora da sala
de aula. Dilma e Serra deveriam
assumir o compromisso de estimular a permanência na escola,
técnica ou não, de todos os jovens
até 17 anos. Solucionar esse deficit
educacional é um objetivo estratégico para o futuro do país.
Texto Anterior: Editoriais: A fé nos boatos Próximo Texto: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: Política e moral: uma nota Índice | Comunicar Erros
|