São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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Mais ensino técnico

Embora com divergências de concepção, os candidatos à Presidência da República expressam um bem-vindo consenso sobre a necessidade de incrementar a oferta de ensino técnico no país.
Atualmente, as escolas técnicas federais fornecem 216 mil vagas, número pequeno para suprir a demanda por esse tipo de educação.
Dilma Rousseff (PT) se compromete a construir novas escolas técnicas nas cidades com mais de 50 mil habitantes -ou seja, em quase 600 municípios do país. Desde 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou pouco menos de 200 instituições deste tipo. A petista defende o modelo adotado no governo Lula, que prevê o convívio, em um mesmo curso, do ensino médio tradicional com o ensino profissionalizante.
Já José Serra (PSDB) preconiza a separação entre os dois tipos de ensino. Os estudantes cursariam uma escola exclusivamente técnica, simultaneamente ou após a conclusão do ensino médio em um outro estabelecimento. Sua proposta é criar 1 milhão de vagas em escolas públicas e oferecer bolsas para instituições privadas.
Diferenças à parte, o investimento em mais ensino técnico -e de maior qualidade- será benéfico tanto aos jovens brasileiros quanto à expansão da atividade econômica, que padece com a falta de mão de obra qualificada.
O governo Lula procurou investir na expansão de vagas no ensino superior, ao criar novas universidades e ampliar o acesso a instituições particulares por meio das bolsas do Prouni. Mas a baixa qualidade de grande parte dos cursos despeja no mercado candidatos a profissionais pouco preparados.
Parte desses jovens poderia preferir ter acesso a uma formação profissionalizante adequada. Um ensino técnico com um horizonte de oportunidades de trabalho poderia ainda ajudar a reduzir a atualmente elevada evasão escolar no ensino médio.
Hoje, quase 20% dos que têm entre 15 e 17 anos estão fora da sala de aula. Dilma e Serra deveriam assumir o compromisso de estimular a permanência na escola, técnica ou não, de todos os jovens até 17 anos. Solucionar esse deficit educacional é um objetivo estratégico para o futuro do país.


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