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CARLOS HEITOR CONY
Um pouco de história
RIO DE JANEIRO - Golda Meir,
lendária primeira-ministra de Israel, por ocasião de uma das crises
no Oriente Médio, declarou textualmente: "Prefiro receber mensagens de protesto do que mensagens
de condolências". Ela foi sacrificada
após a Guerra do Yom Kipur, em
1973, quando tropas do Egito, aproveitando o dia santificado dos judeus, pela primeira vez chegaram
perto de vencer Israel. Golda foi
acusada de negligência, o país não
podia sofrer aquela surpresa.
Mais tarde, o presidente Anwar
Sadat, do Egito, foi a Israel, numa
viagem que estarreceu egípcios, israelenses e o resto do mundo. Os
dois países assinaram um acordo de
paz no Cairo. Em 1978, ganhou o
Prêmio Nobel da Paz, partilhado
com Menahem Begin, primeiro-ministro de Israel. Pouco depois,
Sadat seria assassinado por um
fanático egípcio.
Na gestão Clinton, em 1993, os
Estados Unidos promoveram um
encontro cordial entre Iasser Arafat, considerado o terrorista-mor, e
Yitzhak Rabin. Apertaram-se as
mãos num acordo de paz. Ganharam também o Nobel da Paz no ano
seguinte. Rabin foi assassinado por
um israelense.
Bem ou mal, a situação mudou
um pouco. Arafat reconheceu Israel, abriu uma dissidência na antiga OLP, que se dividiu em dois grupos mais ou menos antagônicos: o
Fatah e o Hamas.
O primeiro grupo ainda pode ser
o núcleo de um futuro Estado palestino, apoiado pelos EUA e talvez
por Israel. O Hamas, que ocupa
atualmente a faixa de Gaza, continua sua política de agredir Israel,
recebendo em troca a invasão desproporcional que está sofrendo.
É a batalha de uma guerra que já
dura 60 anos. E em que os dois lados perderão: os palestinos com
seus mortos; Israel com a sua
imagem política mais uma vez
prejudicada.
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