São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Abrir a infra-estrutura

FOI BEM-SUCEDIDO o leilão do trecho Oeste do Rodoanel, o arco rodoviário em torno da capital paulista. O Consórcio Integração Oeste, que tem como principais sócios as empreiteiras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e a portuguesa Brisa, obteve a concessão oferecendo um deságio de 61% em relação à tarifa máxima de pedágio estabelecida pelo governo do Estado.
Com isso, motoristas que quiserem circular nos 32 km de estrada que interligam as rodovias Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Branco, Anhangüera e Bandeirantes terão de pagar R$ 1,17. A proposta que ficou em segundo lugar oferecia R$ 2,28.
O bom resultado é em parte conseqüência de mudanças nas regras do leilão operadas pelo Estado. Na esteira do grande êxito que foi o modelo federal de concessões, o governo José Serra desistiu da idéia de fixar o preço do pedágio e escolher quem oferecesse a maior outorga onerosa. Em vez disso, determinou o valor da outorga e deixou em aberto a tarifa do pedágio.
Aqui a ordem dos fatores alterou o produto. São os usuários da via, e não o governo, que se apoderam da vantagem propiciada pela concorrência.
A preocupação em manter o preço baixo, ao lado da substancial melhora do ambiente macroeconômico, que hoje favorece investimentos de firmas brasileiras e estrangeiras, inaugura um novo patamar de preço para esse tipo de concessão. Com mais disputa e maior previsibilidade econômica, a taxa de rentabilidade das concessionárias -que era altíssima no caso de rodovias paulistas privatizadas nos anos 90- tende a reduzir-se.
É preciso, portanto, aproveitar essa feliz confluência de fatores para multiplicar os leilões de concessão. A infra-estrutura brasileira precisa urgentemente de investimentos, e o Estado não tem como, sozinho, realizá-los.


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