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Abrir a infra-estrutura
FOI BEM-SUCEDIDO o leilão do
trecho Oeste do Rodoanel, o
arco rodoviário em torno da
capital paulista. O Consórcio Integração Oeste, que tem como
principais sócios as empreiteiras
Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e a portuguesa Brisa, obteve a concessão oferecendo um
deságio de 61% em relação à tarifa máxima de pedágio estabelecida pelo governo do Estado.
Com isso, motoristas que quiserem circular nos 32 km de estrada que interligam as rodovias
Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Branco, Anhangüera e Bandeirantes terão de pagar
R$ 1,17. A proposta que ficou em
segundo lugar oferecia R$ 2,28.
O bom resultado é em parte
conseqüência de mudanças nas
regras do leilão operadas pelo
Estado. Na esteira do grande êxito que foi o modelo federal de
concessões, o governo José Serra
desistiu da idéia de fixar o preço
do pedágio e escolher quem oferecesse a maior outorga onerosa.
Em vez disso, determinou o valor da outorga e deixou em aberto a tarifa do pedágio.
Aqui a ordem dos fatores alterou o produto. São os usuários da
via, e não o governo, que se apoderam da vantagem propiciada
pela concorrência.
A preocupação em manter o
preço baixo, ao lado da substancial melhora do ambiente macroeconômico, que hoje favorece
investimentos de firmas brasileiras e estrangeiras, inaugura um
novo patamar de preço para esse
tipo de concessão. Com mais disputa e maior previsibilidade econômica, a taxa de rentabilidade
das concessionárias -que era altíssima no caso de rodovias paulistas privatizadas nos anos 90-
tende a reduzir-se.
É preciso, portanto, aproveitar
essa feliz confluência de fatores
para multiplicar os leilões de
concessão. A infra-estrutura
brasileira precisa urgentemente
de investimentos, e o Estado não
tem como, sozinho, realizá-los.
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