São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2005

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MENOS HOMICÍDIOS

Dados da Fundação Seade mostram que o total de assassinatos declinou 19,4% no Estado de São Paulo de 2003 para 2004. A trajetória de queda desse indicador teve início cinco anos atrás. Apesar da redução, o índice segue escandalosamente alto. São assassinados em São Paulo 28,4 pessoas por cem mil habitantes por ano. Na vizinha Argentina, o número é de apenas cinco.
A enorme diferença deve ser re- conhecida, mas não basta para apagar a importância da redução que agora se consolida. De 1999 para 2004, a queda já é de 29%.
Como seria natural, o governador Geraldo Alckmin procurou transformar o anúncio dos novos números numa peça de campanha. O palco escolhido foi o Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo. O bairro, classificado pela ONU em 1996 como o mais violento do mundo, registra quedas significativas na criminalidade. Enquanto em 2001 foram mortas 309 pessoas na região, em 2004 houve 172 casos. Além disso, até a sexta-feira o Jardim Ângela registrava 52 dias sem assassinatos.
Especialistas reunidos na Folha para um debate sobre o tema foram unânimes em atribuir a boa nova a uma conjunção de iniciativas. No que diz respeito à polícia, vale destacar, além dos investimentos em pessoal e equipamento, a ampliação do policiamento comunitário e o aperfeiçoamento das ações de inteligência. Municiada com informações do Infocrim (base de dados informatizada dos boletins de ocorrência), a polícia centrou sua atuação nas zonas mais problemáticas.
Outros fatores mencionados no debate são as restrições ao horário de funcionamento de bares, adotadas em várias cidades da Grande São Paulo, a ampliação de programas de renda mínima, em especial na cidade de São Paulo, e a atuação de ONGs.
É preciso agora perseverar nessa rota e avançar em iniciativas semelhantes para conter outros tipos de crime, que, ao contrário dos assassinatos, não experimentam redução.


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