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MENOS HOMICÍDIOS
Dados da Fundação Seade
mostram que o total de assassinatos declinou 19,4% no Estado de
São Paulo de 2003 para 2004. A trajetória de queda desse indicador teve
início cinco anos atrás. Apesar da redução, o índice segue escandalosamente alto. São assassinados em São
Paulo 28,4 pessoas por cem mil habitantes por ano. Na vizinha Argentina, o número é de apenas cinco.
A enorme diferença deve ser re-
conhecida, mas não basta para apagar a importância da redução que
agora se consolida. De 1999 para
2004, a queda já é de 29%.
Como seria natural, o governador
Geraldo Alckmin procurou transformar o anúncio dos novos números
numa peça de campanha. O palco
escolhido foi o Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo. O bairro, classificado pela ONU em 1996 como o
mais violento do mundo, registra
quedas significativas na criminalidade. Enquanto em 2001 foram mortas
309 pessoas na região, em 2004 houve 172 casos. Além disso, até a sexta-feira o Jardim Ângela registrava 52
dias sem assassinatos.
Especialistas reunidos na Folha para um debate sobre o tema foram
unânimes em atribuir a boa nova a
uma conjunção de iniciativas. No
que diz respeito à polícia, vale destacar, além dos investimentos em pessoal e equipamento, a ampliação do
policiamento comunitário e o aperfeiçoamento das ações de inteligência. Municiada com informações do
Infocrim (base de dados informatizada dos boletins de ocorrência), a
polícia centrou sua atuação nas zonas mais problemáticas.
Outros fatores mencionados no
debate são as restrições ao horário de
funcionamento de bares, adotadas
em várias cidades da Grande São
Paulo, a ampliação de programas de
renda mínima, em especial na cidade
de São Paulo, e a atuação de ONGs.
É preciso agora perseverar nessa
rota e avançar em iniciativas semelhantes para conter outros tipos de
crime, que, ao contrário dos assassinatos, não experimentam redução.
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