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SINAL DE LENTIDÃO
O Banco Central tomou o
pulso do mercado e identificou expectativas de menor inflação
por parte de bancos e empresas. A
pesquisa do BC indicou que os agentes projetam índice de 9,9% para o final do ano e estimam em 6,5% a alta
de preços em 2004. A meta para o
próximo ano é de 5,5%, porém com
tolerância de 2,5 pontos percentuais,
o que a eleva ao limite de 8%.
De fato, a tendência da inflação, em
resposta à política restritiva adotada
pelo BC, tem sido de declínio acentuado. Obviamente a sequência de de
deflações ainda em curso deverá ser
interrompida, sob impacto, principalmente, de reajustes de tarifas. Nada, porém, sugere que os preços não
estejam sob controle.
É com assombro, portanto, que se
recebe a recente declaração do presidente do BC, Henrique Meirelles, sobre a permanência do risco de aumento da inflação. Considerando-se
que na próxima semana o Comitê de
Política Monetária (Copom) reúne-se para decidir sobre a taxa básica de
juros, a cautela demonstrada por
Meirelles pode ser interpretada como sinal de que a Selic continuará a
ser reduzida a doses homeopáticas.
O BC tem defendido a tese de que
pequenas quedas ao longo do tempo
seriam melhores para a retomada do
crescimento do que mudanças acentuadas. O cenário econômico, no entanto, está a exigir da autoridade monetária um pouco menos de conservadorismo. Não se trata de clamar
por reduções abruptas e drásticas.
Porém, mesmo analistas mais cautelosos consideraram que o corte dos
juros na última reunião poderia ter
sido menos tímido.
É possível que o BC venha a valer-se
da recente mudança nos depósitos
compulsórios para justificar uma
nova decisão aquém das expectativas. O que seria lamentável.
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