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VALDO CRUZ
Risco dos riscos
BRASÍLIA - Fator decisivo na definição do segundo turno da corrida
presidencial, o "dossiêgate" é uma
operação tabajara com paternidade
conhecida: o petismo. Mas segue o
mistério de quem a financiou.
Bem, um mistério para boa parte
da população, aquela que irá às urnas escolher entre Luiz Inácio Lula
da Silva e Geraldo Alckmin para ser
o próximo presidente do país. Nem
tanto mistério assim para gente da
cúpula do governo e do PT.
Em conversas com ministros e
parlamentares petistas fica claro
que eles sabem mais do que dizem.
Muito mais. Alguns até reconhecem esse fato, mas alegam falta de
provas para declinar nomes.
Argumento até compreensível,
mas não um impeditivo para que
essas suspeitas sejam repassadas
aos agentes da Polícia Federal. Foram repassadas? Não há sinal de
que tenham sido, dada a demora na
elucidação do caso do dossiê.
Até prova em contrário, ficamos
livres para interpretar tudo isso como uma blindagem da figura presidencial. Evita-se jogar luz sobre a
origem do dinheiro no aguardo do
dia da votação e de que Lula ganhe
um novo mandato. Nada é mais arriscado.
Suponhamos que a Polícia Federal consiga descobrir o financiador.
E mais. Que seja alguém muito próximo de Lula ou até mesmo que o
dinheiro seja da própria campanha
do presidente.
O petista, então, terá derrotado
Alckmin à custa de um estelionato
eleitoral. Subtrai-se a verdade da
população em busca de mais quatro
anos no Palácio do Planalto.
Não seria exagero tachar um novo mandato nessas circunstâncias
de ilegítimo. Seria questionado na
Justiça. Lula perderia o mandato?
Aí é outra história.
O melhor caminho seria identificar desde já quem forniu os bolsos
dos "aloprados". A democracia e a
população agradeceriam. Bem, se é
que a verdade surgirá um dia.
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