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FERNANDO RODRIGUES
O PT na economia
BRASÍLIA - O dia ontem em Brasília foi dominado pelo debate sobre segurança pública, pela criação
da tal Super-Receita e pelas já tradicionais negociações fisiológicas dos
partidos lulistas. Mas foi na poderosa Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, a CAE, que surgiram
em silêncio outros assuntos de
igual relevância.
A CAE agora está com o PT. É
presidida pelo senador Aloizio
Mercadante. De uma tacada só,
duas decisões: 1) foi postergada a
aprovação de um contrato de PPP
(parceria público-privada) para o
metrô de São Paulo e 2) anunciou-se a intenção de convocar o presidente do Banco Central, Henrique
Meirelles, a cada três meses para
prestar contas aos senadores.
Nenhuma das duas decisões da
CAE tem efeito imediato. Mas atingem diretamente o tucano José
Serra (governador de São Paulo),
por causa do metrô, e o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, pela exposição de Henrique Meirelles.
No caso do metrô, Mercadante
diz não haver "intenção protelatória". As obras continuam. Os senadores apenas reunirão dados a respeito da operação de R$ 4 bilhões,
inclusive sobre o caso recente do
conhecido "buraco do metrô".
"Essa é a primeira PPP que a CAE
vai analisar. É importante fazer
com cuidado para criarmos um padrão", diz o inusitado aliado de
Mercadante na comissão, Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
ACM também apóia a convocação de Meirelles a cada três meses.
Como o presidente do BC desfruta
do status de ministro, o Congresso
tem a prerrogativa de chamá-lo. A
primeira visita já está pré-agendada
para o próximo dia 27.
Aloizio Mercadante justifica as
decisões da CAE dizendo ser necessário dar mais dinâmica para a comissão. Não deixa de ser verdade.
Mas também é fato que o petista faz
desse palanque sua reentrada no
establishment político.
frodriguesbsb@uol.com.br
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