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Contas favoráveis
AS CONTAS externas brasileiras têm apresentado
melhora considerável. O
crescimento da economia mundial puxa os preços e os volumes
das mercadorias exportadas pelo
país. O superávit comercial permite a redução dívida externa
pública e privada e a acumulação
de reservas. O volume de reservas (US$ 122 bilhões) vai se aproximando do estoque de dívida
externa (US$ 176 bilhões).
Assim, os investidores internacionais derrubaram o risco-país
para o patamar de 150 pontos. Isso significa que o mercado global
de capitais reduziu os custos de
captação de recursos externos
por agentes domésticos.
Diante desses fatos, a agência
de classificação Fitch Ratings
melhorou sua avaliação da dívida
externa brasileira para BB+.
Com mais um movimento de ascensão, os bônus brasileiros serão classificados como "grau de
investimento", o que representa
uma espécie de selo de qualidade
de "bom pagador". Essa nota
permitirá acesso aos investimentos de fundos de pensão, que
não podem aplicar em papéis
considerados "especulativos".
A possibilidade de outras agências de classificação realizarem a
mesma operação leva os investidores a antecipar a valorização
esperada e ampliar seus investimentos no país.
Além de promover uma alta
nos preços dos ativos, espera-se
que essa melhora nas contas externas, no risco-país e nas notas
dos títulos de dívida possa resultar em uma rápida convergência
da taxa de juros doméstica para
os padrões internacionais.
Semana passada, o Tesouro
emitiu dívida em reais no mercado externo, pagando juros de
8,9% ao ano. No mercado interno, no entanto, a taxa de juros de
curto prazo persiste em 12,5% ao
ano, bastante superior à externa,
sem considerar os juros cobrados pelos bancos em suas operações com os tomadores finais.
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