São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2004

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CLÓVIS ROSSI

O PSDB-SP malufou

SÃO PAULO - Baixou o espírito do pior malufismo no tucanato paulista, a julgar pelos primeiros ataques de parlamentares do PSDB à prefeita Marta Suplicy.
O deputado estadual Celino Cardoso diz que Marta "parece uma menininha que só quer saber de viajar e de namorar e esquece da cidade".
Lembra soezes ataques de Paulo Maluf a Eduardo Suplicy e à sua então mulher, Marta, em eleição anterior, no momento em que o senador suspendeu sua campanha para "procurar o eixo".
Se tudo o que os tucanos têm a criticar em Marta é "namorar e viajar", voto nela, porque sua gestão não parece ter defeitos.
Já o deputado federal Alberto Goldman (SP), ao falar da dívida da prefeitura, de cerca de R$ 27 bilhões, perguntou: "Quero saber cadê o dinheiro. De um deles, a gente sabe onde está, na Suíça. E o da Marta? Vamos perguntar para ela ou para o marido [Luis Favre] onde está o dinheiro".
O que Goldman quer dizer com isso? Que Favre desviou dinheiro da Prefeitura? Que é o homem da mala de Marta?
Se é isso, que apresente as provas. Insinuações desse gênero, sem provas, são uma tremenda leviandade em qualquer circunstância.
Mais ainda quando o deputado Gilberto Kassab, vice de José Serra, o candidato de Goldman, vai ter de explicar dia sim, outro também, como ficou rapidamente rico e qual foi o seu papel na gestão Celso Pitta, durante a qual os tucanos não paravam de perguntar: "cadê o dinheiro?".
Serra, que, na campanha presidencial, mesmo sabendo que perderia, evitou ataques pessoais desse gênero, prestaria um serviço ao eleitor e a ele próprio se enquadrasse seus ventríloquos em vez de delegar-lhes o trabalho sujo da fofoca, da intriga e da insinuação sem provas.


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