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Erro de cálculo
Duas reportagens publicadas
ontem pela Folha ajudam a traçar
um panorama preocupante para o
futuro do país.
A primeira relata que a educação foi tema praticamente ignorado no debate que confrontou os
quatro principais candidatos à
Presidência da República.
A segunda soma, à já conhecida
miríade de indicadores da calamidade da educação no Brasil, a
constatação de que um quinto dos
alunos prestes a concluir o ensino
médio sabem menos matemática
que o esperado num estudante do
5º ano do ensino fundamental. Ou
seja, uma defasagem de instrução
de sete anos.
Apenas 11% dos alunos no 3º
ano do ensino médio têm noções
de matemática consideradas adequadas a esse nível de instrução.
O dado foi obtido a partir dos resultados da Prova Brasil e do
Saeb, exames do Ministério da
Educação que avaliam alunos de
escolas públicas e particulares em
matemática e português.
Os números referentes à matemática no 3º ano do ensino médio
são os piores em todos os níveis
avaliados. No 5º ano do ensino
fundamental, a situação, embora
longe do ideal, é bem melhor: chegam a um terço os alunos cujo nível de aprendizado é compatível
com o esperado para a série em
que se encontram.
A deterioração da qualidade do
ensino, conforme se aproxima a
conclusão do ciclo básico, tem a
ver com a falta de professores preparados para ensinar aos alunos
conceitos mais complexos, que
vão além das operações básicas
lecionadas nos primeiros anos.
O fato de boa parte dos jovens
brasileiros estar deixando a escola
com um nível de conhecimento
tão abaixo do adequado, receita
para a perpetuação da vergonhosa desigualdade socioeconômica
no país, deveria ser motivo de
preocupação máxima dos que
buscam a Presidência.
Espera-se que nos próximos debates presidenciais os candidatos
esclareçam que medidas pretendem tomar para alterar o lamentável cenário da educação no país.
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