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ICMS NACIONAL
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, declarou nesta semana
que o governo federal irá enviar ao
Congresso Nacional até o início de
abril uma proposta de emenda constitucional para unificar a legislação
do ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços).
Atualmente cada Estado define a
alíquota cobrada para cada categoria
de produto. Essa possibilidade é um
dos principais instrumentos da chamada guerra fiscal. Estados que desejam atrair capitais costumam rebaixar as alíquotas de ICMS de alguns produtos. A lógica é conhecida:
abre-se mão de uma receita hipotética para atrair investimentos.
Mas essa guerra fiscal faz com que
o país como um todo perca arrecadação tributária. A unificação do ICMS
retiraria dos Estados boa parte do
poder de conceder benefícios fiscais.
Tais benefícios ainda poderiam ser
concedidos, mas teriam que ser avaliados conforme uma lógica nacional de atração de investimentos.
Essa mudança é há muito tempo
reivindicada por Estados maiores.
No entanto, interesses regionais presentes na aliança governista impediram que qualquer esforço nesse sentido prosperasse.
Agora o governo acena com o envio
da proposta ao Congresso Nacional.
Malan, porém, não quer que essa
mudança seja considerada mais um
remendo tributário. Por isso, o ministro se recusou a usar os nomes
"minirreforma", "band-aid" ou
"uma coisa fatiada".
Entretanto, mesmo que importante, a unificação do ICMS seria uma
solução apenas parcial. Essa é somente uma pequena parte das mudanças necessárias para uma verdadeira reforma tributária que torne o
sistema tributário brasileiro mais
justo em termos sociais e mais eficiente em termos econômicos.
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