São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009

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Editoriais

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Risco menor

O AMPLO conjunto de ações das autoridades americanas dá sinais de ter interrompido o aprofundamento da crise financeira global. A melhora das expectativas e a recuperação da confiança dos investidores resultaram em quedas expressivas das taxas de juros nos mercados interbancários e na valorização de alguns ativos de risco (ações, petróleo, moedas).
Diante disso, dez grandes instituições financeiras devolveram ao erário US$ 68,3 bilhões da ajuda que haviam recebido do Tesouro dos EUA. Por um lado, a devolução libera os bancos de uma série de restrições, tais como limites para o pagamento de executivos e distribuição de dividendos sem autorização governamental. Por outro, os fundos devolvidos podem auxiliar outras instituições que ainda enfrentam dificuldades por conta da inadimplência associada ao desemprego.
A saída de grandes instituições financeiras do programa oficial não parece significar, para o governo, a redução da vigilância sobre as práticas administrativas e de gestão de risco do setor. O presidente Barack Obama afirmou que a medida "não significa um perdão pelos excessos do passado ou uma permissão para futuros pecados".
Do outro lado do Atlântico, porém, a fragilidade do setor financeiro continua e ameaça a economia da zona do euro, o que pode retardar a recuperação global. No primeiro trimestre, a produção encolheu a um ritmo anualizado de quase 10%.
Os ministros de finanças da União Europeia cogitam a criação de um novo órgão unificado para supervisionar o sistema financeiro dos 27 países-membros, substituindo o mosaico de autoridades nacionais de regulamentação e supervisão. A ausência de regras pan-europeias enfraquece as instituições, contamina as expectativas dos investidores e freia a recuperação.


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