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Risco menor
O AMPLO conjunto de ações
das autoridades americanas dá sinais de ter interrompido o aprofundamento da
crise financeira global. A melhora das expectativas e a recuperação da confiança dos investidores resultaram em quedas expressivas das taxas de juros nos
mercados interbancários e na
valorização de alguns ativos de
risco (ações, petróleo, moedas).
Diante disso, dez grandes instituições financeiras devolveram
ao erário US$ 68,3 bilhões da
ajuda que haviam recebido do
Tesouro dos EUA. Por um lado, a
devolução libera os bancos de
uma série de restrições, tais como limites para o pagamento de
executivos e distribuição de dividendos sem autorização governamental. Por outro, os fundos
devolvidos podem auxiliar outras instituições que ainda enfrentam dificuldades por conta
da inadimplência associada ao
desemprego.
A saída de grandes instituições
financeiras do programa oficial
não parece significar, para o governo, a redução da vigilância sobre as práticas administrativas e
de gestão de risco do setor. O
presidente Barack Obama afirmou que a medida "não significa
um perdão pelos excessos do
passado ou uma permissão para
futuros pecados".
Do outro lado do Atlântico, porém, a fragilidade do setor financeiro continua e ameaça a economia da zona do euro, o que pode
retardar a recuperação global.
No primeiro trimestre, a produção encolheu a um ritmo anualizado de quase 10%.
Os ministros de finanças da
União Europeia cogitam a criação de um novo órgão unificado
para supervisionar o sistema financeiro dos 27 países-membros, substituindo o mosaico de
autoridades nacionais de regulamentação e supervisão. A ausência de regras pan-europeias enfraquece as instituições, contamina as expectativas dos investidores e freia a recuperação.
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