São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 2002

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FERNANDO RODRIGUES

As avaliações do PT

BRASÍLIA - A ordem está dada dentro do PT. É preciso evitar uma eventual queda de Lula nas pesquisas. Uma decisão foi tomada. O candidato vai parar de falar de economia. Dedicará mais tempo a temas populares e de fácil compreensão.
Há pelo menos duas semanas os dirigentes do PT falam sobre isso. Prometem divulgar "metas sociais" de um suposto governo Lula.
O objetivo é fugir do que parece mais ou menos inevitável. Seja Serra ou seja Ciro, é possível que o PT e seu candidato terminem o primeiro turno na redondeza dos 30% a 35%. O outro adversário, na conta dos petistas, poderá chegar aos 25% ou mais. É o cenário menos desejado pela direção do PT.
Lula entraria com uma diferença relativamente pequena sobre o segundo colocado. Correria o risco grande de perder na reta final.
Pode parecer pouco, mas a única estratégia do PT no momento é a divulgação das tais "metas sociais". Além de prometer maior exposição de Lula em eventos de rua.
Também não há unanimidade no comando da campanha petista sobre qual é o candidato menos pior para ser enfrentado no segundo turno. A avaliação geral é que o establishment tem dois nomes de plantão, sendo eles Serra e Ciro.
A maioria dos dirigentes petistas acredita que uma disputa entre Serra e Lula seria mais suave. Por ser do partido do presidente da República, o tucano carregaria o estigma de "homem do sistema". O tradicional antagonismo governo versus oposição estaria posto para os eleitores.
Essa estratégia ficaria mais difícil se o adversário de Lula no segundo turno fosse Ciro. O candidato do PPS, no julgamento do PT, é um governista disfarçado, o que impediria os petistas de tirarem proveito de uma polarização mais clara.
Por essa razão, é raro encontrar um petista animado com o recente desempenho de Ciro. Quem diria, o PT torce para Serra se recuperar.


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