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CPIs SEPARADAS
Não se confirmou a hipótese de
uma fusão das CPIs dos Correios e do "mensalão". Venceu a posição do Planalto e dos aliados de que
casos diferentes devem ser apurados
por comissões distintas.
Ainda que a tese governista encontre apoio no regimento do Congresso, não faltam razões para lamentar
que a tese da unificação dos trabalhos tenha naufragado. Há diversas
intersecções entre os dois casos que
justificariam uma investigação conjunta. Até mesmo o relator da comissão que apura o escândalo Correios,
Delcídio Amaral (PT-MS), já admitiu
que muitas das personagens do escândalo da Empresa de Correios e
Telégrafos (ECT) têm conexões com
os protagonistas do "mensalão".
O publicitário Marcos Valério é um
dos exemplos mais clamorosos dessas ligações. Valério, que é acusado
de ser o operador do esquema das
mesadas para parlamentares juntamente com o ex-tesoureiro do PT,
Delúbio Soares, foi levado à CPI ora
em curso, devido aos contratos firmados entre suas agências de publicidade (a DNA Propaganda e a
SMPB) e a ECT. Tampouco é possível
esquecer que o histriônico deputado
Roberto Jefferson (PTB-RJ), denunciante do suposto esquema do
"mensalão", é, no caso dos Correios,
um dos suspeitos.
Ao contrário do que defendeu o governo, uma única CPI poderia perfeitamente manter o foco tanto da condução dos depoimentos, quanto da
avaliação dos documentos relativos
às duas denúncias. Centralizar as investigações numa só comissão que,
subdivida em sub-relatorias, tornasse mais ágeis os trabalhos e, ao final,
reunisse os resultados num relatório
conjunto seria a receita racional.
Com a descentralização das apurações, definida anteontem, há o risco
de que as CPIs venham a competir
umas com as outras, embaralhando
as investigações. A decisão não chega a comprometer os inquéritos,
mas com ela saem favorecidos aqueles que preferem apostar na dispersão dos esforços investigativos.
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