|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
A Lei Áurea de FHC?
CLÓVIS ROSSI
São Paulo - A reforma ministerial
ideal seria aquela que deixasse muito
claro que não foi levado em conta o loteamento do ministério pelos partidos
da base governista.
Opinião de um dos tucanos mais importantes entre os dessa curiosa espécie da fauna política.
Era esse o critério que estava na cabeça do presidente Fernando Henrique Cardoso até o fim da semana. Será esse o critério que afinal prevalecerá quando for anunciada a reforma
ministerial?
Responde outro tucano ilustre, o ministro das Comunicações e coordenador político do governo, Pimenta da
Veiga:
"O presidente não pode esquecer o
fato de que, em qualquer democracia
representativa, o governo depende de
uma base partidária de apoio. Mas a
reforma deixará claro que o presidente não está sendo submetido a pressões
partidárias."
Entendeu? Tentarei explicar: FHC
não é louco para rifar de uma boa vez
o apoio dos partidos que formam hoje
a sua base parlamentar (PSDB,
PMDB, PFL e penduricalhos). Mas
não quer, pelo menos ao que diz seu
coordenador político, ficar escravizado pelos partidos.
Parece sensato, mas também parece
pouco FHC.
O que parece certo é que o presidente
armou para si próprio um sério problema: ao pedir que seus ministros entregassem os cargos, criou, na interpretação mais benigna que se fez do
gesto, a expectativa de que a reforma
será mais ampla do que a maioria
imaginava.
Se ela for minguada, o pessoal vai
cair matando de novo em cima do presidente. Se os partidos governistas não
sofrerem alterações mais ou menos
importantes nas suas cotas, vai ser difícil convencer o público de que o presidente fez o que quis e não o que convém a uma sofrível base parlamentar,
para dizer o menos.
Texto Anterior: Editorial: CORTEJANDO A BAIXARIA
Próximo Texto: Brasília - Eliane Cantanhêde: Operação resgate Índice
|