|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELIANE CANTANHÊDE
Banho de água fria
BRASÍLIA - A pesquisa Datafolha é
um banho de água fria no PSDB.
Serra vai entrar no horário eleitoral gratuito, daqui a dois dias, com
oito pontos atrás de Dilma. E Aécio
corre o sério risco de perder sua
principal trincheira: o governo de
Minas. A dúvida é se o partido resiste à eternidade de 20 anos na oposição -8 de Lula, 4 de Dilma e mais 8
de Lula a partir de 2014.
Confirma-se, assim, a avaliação
de que, ao recusar ser vice de Serra,
Aécio estava criando a típica situação do abraço de afogados: perdem
os dois, só os adversários ganham.
Aécio não apostou na vitória de
Serra, convencido de que manter
Minas seria suficiente para alavancar sua candidatura à Presidência
na próxima eleição. Errou, porque
ficar na oposição nacional e estadual é chegar fragilizado em 2014
para bater de frente com Lula.
Enquanto Serra escorre para o
segundo lugar nacional e o candidato de Aécio, Antonio Anastasia,
come poeira do favorito Hélio Costa
em Minas, Geraldo Alckmin pode
ganhar já no primeiro turno do petista Aloizio Mercadante, que empacou o PT no principal Estado.
Alckmin candidata-se a ser o único líder tucano a sobreviver em
2010, junto com Beto Richa (PR). Já
no DEM não sobra viv'alma. Rodrigo Maia pode não perceber, mas a
desgraça tucana é a desgraça do
próprio DEM. Logo, dele próprio.
A situação da oposição começa a
ficar dramática. Dilma tem Lula, os
ministérios, a máquina pública, a
ramificação do PMDB e a maior coligação partidária. Não bastasse,
vai ter, a partir da terça, o maior
tempo na TV e no rádio.
A pergunta é: que armas Serra,
Aécio, o PSDB e o DEM têm contra
esse rolo compressor? O mais provável é que a resposta seja um solene e compungido silêncio.
elianec@uol.com.br
Texto Anterior: São Paulo - Clóvis Rossi: Prestação de contas Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Quem é quem Índice
|