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AINDA EM OBRAS
A inauguração das custosas
obras viárias realizadas pela
prefeita Marta Suplicy na região das
avenidas Rebouças, Faria Lima, Cidade Jardim e Nove de Julho não foi
apenas parcial, mas precipitada. Basta circular por alguns trechos desses
logradouros para constatar o quanto
de precariedade ainda subsiste: calçadas por fazer, passarelas improvisadas e pavimentação inconclusa.
São situações que criam não apenas desconforto mas riscos de acidentes. Num país do Primeiro Mundo, essa realidade dificilmente seria
concebível. No Brasil, contudo, vai-se no atropelo, ainda mais quando as
eleições ditam o ritmo. As autoridades brasileiras freqüentemente contam com a boa vontade de uma população que, rotineiramente tratada
sem o devido respeito, acaba muitas
vezes por conformar-se com os contratempos.
É cedo para saber com exatidão o
que acontecerá quando as obras forem de fato concluídas. A julgar pelos primeiros dias, tudo indica que
os corredores de ônibus trarão benefícios e economizarão tempo para os
cidadãos, o que não é pouco numa
cidade como São Paulo. Quanto à
circulação de veículos privados e sua
convivência com as faixas do Passa-Rápido, há situações mal resolvidas,
que deverão deixar o tráfego mais
lento -se é que isso ainda é possível.
É de esperar que a prefeitura instale
semáforos inteligentes e encontre
soluções para aliviar os gargalos que
já se formam.
Não se discute que é acertado privilegiar os meios coletivos em relação
aos individuais. Para que se induza,
porém, a uma significativa migração
do veículo particular para a rede pública é preciso que ela esteja em condições de atender às necessidades de
deslocamento de quem usa o automóvel. Ônibus mais rápidos e confortáveis são, sem dúvida, um passo
nesse sentido, mas ainda há muito a
percorrer até que São Paulo possa
considerar que possui uma rede eficiente de transporte coletivo.
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