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Erradicar a miséria
Reportagem publicada ontem
pela Folha mostra que a promessa
de campanha mais ambiciosa da
presidente eleita, Dilma Rousseff
-erradicar a miséria do país- poderá ser cumprida em seu mandato. Para tanto, será preciso ampliar os gastos com o Bolsa Família e manter o crescimento econômico com expansão do emprego.
No que tange ao programa de
transferência de renda, consomem-se hoje R$ 13,4 bilhões ao
ano para atender 12,7 milhões de
famílias. Segundo cálculos do
Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, o país precisaria de mais R$ 21,3 bilhões
anuais para atingir a meta de retirar da miséria e da indigência todos os brasileiros. O gasto nesse
caso iria a 1% do PIB por ano.
É preciso no entanto fazer uma
ressalva: no Brasil são considerados pobres os indivíduos com renda mensal abaixo de R$ 140 ao
mês (R$ 4,60 ao dia). São classificados como indigentes os que recebem apenas R$ 70. Há quem entenda, com razão, que a linha deveria subir ao patamar do salário
mínimo ou não muito abaixo.
Cerca de 30 milhões de pessoas
(15,5% da população) vivem hoje
com menos de R$ 140 ao mês.
Essa massa de pobres era praticamente o dobro (57 milhões,
33,3% da população) há dez anos.
Para que caísse de maneira significativa foi preciso contar também
com o fator emprego. Aproximou-se de 14 milhões o número de vagas formais criadas no período de
Lula. Mas será difícil o próximo
governo manter esse ritmo, já que
o aumento da produtividade exigirá crescimento maior do PIB para ampliar a oferta de postos.
O desafio de deixar a pobreza
para trás dependerá ainda da melhoria das políticas públicas -em
especial da educação, o principal
instrumento de democratização
do acesso ao mercado de trabalho
e de redução de desigualdades.
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