São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

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FMI
"A decisão do governo em zerar a dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional), antecipando pagamentos programados para 2006 e para 2007 num total de pouco mais de US$ 15 bilhões, além de economizar US$ 900 milhões em gastos com juros, nos traz um alento muitíssimo interessante. Já que não ficaremos devendo nada ao fundo, não seremos mais monitorados por ele. Ou seja, poderemos investir nos (grandes) projetos de infra-estrutura portuária; melhorar e duplicar as estradas utilizadas para o escoamento dos produtos para exportação -aí incluindo o término dos trechos do Rodoanel de São Paulo; baixar as taxas de juros para promover o crescimento e o consumo; aumentar a defasada tabela do SUS, que perpetra sistematicamente sérios problemas financeiros na rede hospitalar conveniada; repassar mais dinheiro para a educação para melhorar substancialmente o nível cultural da população. Enfim, já que seremos "donos de nossos próprios narizes", vamos fazer o que tem de ser feito para que o Brasil seja de fato o dito gigante sul-americano."
José Eduardo Victor (Jaú, SP)

 

"Ótimo, o governo federal pagou adiantado a dívida com o FMI. Seria bom saber quando ele pretende pagar a sua dívida com o povo brasileiro, que teve mais esperança que medo. Esse pobre povo está à espera de estradas sem buracos, escolas e hospitais funcionando bem e controle da corrupção. Quando essa dívida será paga?"
Carlos Brisola Marcondes (Florianópolis, SC)

 

"Dizem que o governo Lula fracassou no social, mas, durante o seu governo, a pobreza caiu no país como não caía há mais de três décadas. Dizem que o governo Lula é incompetente, mas, durante o seu governo, o país experimentou crescimento econômico num único ano que não experimentava havia décadas, a inflação caiu, a renda média do trabalhador aumentou e o desemprego caiu. Dizem que a política econômica de Lula é igual à de FHC, mas, enquanto este governou monitorado pelo FMI, aquele tirou o país do FMI e ainda pagou as dívidas que o governo anterior havia contraído. Agora, além de não estarmos mais sob os ditames do fundo, também não devemos mais nada a ele. Quando o governo Lula acerta, é reflexo de políticas do governo anterior. Quando problemas do país aparecem, devem-se à má administração petista. Por isso acho que será melhor para o país continuar com Lula governando e FHC recebendo os créditos dos sucessos."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

Investigação
"A reportagem "CPI investiga suspeita de "mensalão" em estatal" (Brasil, pág. A9), publicada ontem, traz um equívoco que teria sido evitado caso tivéssemos merecido a honra de sermos procurados. Quando o sr. Rocha Lima ocupou cargo no governo, a Skymaster Airlines não tinha sido fundada. Mas, mesmo deixando de lado esse singelo detalhe, a Skymaster não paga propina; o sr. Rocha Lima, que goza de excelente conceito, jamais foi sequer suspeito de qualquer atitude menos lícita. E não haveria sentido em pagar propina a alguém que não tem poderes para beneficiar o pagador."
Carlos Brickmann, assessoria de imprensa da Skymaster Airlines (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Fernanda Krakovics - O questionamento não procede. Rocha Lima é investigado por supostamente ter recebido propina quando estava na VarigLog, para que a empresa deixasse de explorar a Rede Postal Noturna e não contestasse o contrato ganho pela Skymaster, e não quando estava no governo.

Caso Kroll
"O Opportunity vem desmentir categoricamente notícias divulgadas em sites de que teria movido ação na Justiça para que a Folha de S.Paulo se abstenha de publicar notícias sobre investigação feita pela Kroll. O Opportunity não tem qualquer participação nessa ação e afirma que tomou conhecimento de sua existência pela leitura da Folha de S.Paulo."
Maria Amalia D. de M. Coutrim, sócia-diretora do Opportunity (Rio de Janeiro, RJ)

Menor fardado
"Profundamente lamentável a atitude dos policiais civis que apresentaram um menor -preso por envolvimento com o tráfico- vestido com a farda da Polícia Militar e empunhando um fuzil improvisado ("Polícia obriga rapaz acusado a vestir farda", Cotidiano, pág. C7, 14/12). Que chacota é essa? A corporação da PM tem de ser respeitada, sua imagem não pode ser denegrida, pois o moral de mais de 40 mil integrantes está em jogo. Parabenizo o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins, que imediatamente exonerou toda a equipe que participou dessa desastrada ação. Na minha opinião, o que esses policiais praticaram foi um tremendo ato de covardia e de desrespeito com a sociedade em geral, pois nos deixou em dúvida de quem foi mais bandido nessa história: o menor ou os policiais envolvidos no episódio?"
Deborah Farah (Rio de Janeiro, RJ)

Holocausto
"Causaram perplexidade na comunidade judaica paulista as declarações dadas pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que voltou a desacreditar o Holocausto, afirmando que o episódio no qual seis milhões de judeus foram dizimados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial foi apenas um mito. É lamentável e difícil de acreditar que um país com a riqueza histórica, as contribuições à cultura universal e as tradições do Irã possa ser representado por uma pessoa tão desconectada da realidade mundial como o presidente Mahmoud Ahmadinejad."
Jayme Blay, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

ACM
"No artigo intitulado "Um homem de moral", de 11/12, na página E12 da Folha, Ferreira Gullar, com o brilhantismo de sempre, escreveu: "As pessoas não são iguais, em algumas delas a diferença entre o que dizem e o que fazem é menor ou maior. Pode-se dizer mesmo que o esforço do indivíduo para agir o mais coerentemente possível com os seus valores é o que se pode definir como ético". Vejamos: para se livrar da cassação em conseqüência da violação do painel eletrônico do Senado, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) renunciou ao mandato em 30 de maio de 2001. Passados pouco mais de quatro anos, o novamente senador ACM, esquecido de atitudes pouco éticas do seu passado recente, escreveu nesta Folha ("Tendências/Debates", pág. A3 de ontem) o artigo "As pesquisas comprovam" e, com autoridade duvidosa ao criticar o governo petista, afirmou: "É necessário que o governo tenha sempre presente, nos atos do cotidiano, como um mandamento sagrado, a norma de que política e ética devem caminhar ombreadas e que nada deve separá-las". A lição do senador é clara: ensinamos aquilo que mais precisamos aprender!"
Paulo Fernando Campbell Franco (Santos, SP)


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