|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FERNANDO RODRIGUES
Inevitabilidades na política
BRASÍLIA - Havia uma verdade
absoluta no final do ano 2000 dentro do Congresso: o PFL (hoje
DEM) elegeria o pernambucano
Inocêncio Oliveira presidente da
Câmara no início de 2001. Deu tudo
errado. O então deputado Aécio Neves desafiou a escrita. Venceu.
Agora, há também algumas inevitabilidades para 2010 sendo propagadas no mundinho da micropolítica. José Serra é o nome do PSDB.
Dilma Rousseff ocupará a vaga petista. Heloísa Helena fará figuração
no PSOL. Disputam para ser vice-presidente, em alianças diversas,
Ciro Gomes e Eduardo Campos
(ambos do PSB) e os improváveis
Geddel Vieira Lima (PMDB) e José
Roberto Arruda (DEM).
Para Aécio Neves, tucanos paulistas já chegaram até a determinar
(sic) o papel de vice numa chapa
com José Serra. Prometem o céu ao
mineiro, com tratamento vip e poder abundante -como se fosse possível ter destaque sob alguma administração serrista, exceto se for para incensar o chefe.
Aécio tem dado indicações de
descontentamento com o script de
ator coadjuvante. O mineiro tentará o quanto for possível disputar a
nomeação dentro do PSDB. Tem
usado, em conversas com aliados,
dois argumentos principais:
1) Serra é "bom de largada e ruim
na reta final". O eleitorado procurará algo novidadeiro em 2010, a primeira eleição na qual Lula e outros
dinossauros políticos não estarão
listados na urna eletrônica; 2) entre
os tucanos mais emplumados, Aécio se julga como o mais aparelhado
na labuta de montar alianças agregadoras e abrangentes.
A chance (ainda pequena) de o
mineiro prosperar é o PSDB escolher seu candidato por meio de prévias. Se a direção tucana não se mexer até abril do ano que vem, as esperanças de Aécio se esvaem. Mas
um prazo de quatro meses é muito
tempo em política, uma arte na qual
inevitabilidades não existem.
frodriguesbsb@uol.com.br
Texto Anterior: São Paulo - Fernando De Barros e Silva: O vazio e a fúria Próximo Texto: Rio de Janeiro - Ruy Castro: Chato ser gostoso Índice
|