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CERTA VOLATILIDADE
Diante das incertezas sobre
os próximos movimentos dos
principais bancos centrais do mundo, os fundos de investimento internacionais promoveram intensa mudança de portfólio. Os investidores
reduziram posições em países emergentes e fugiram para os títulos do
Tesouro americano, para mercados
de moedas fortes e para as commodities. A Bovespa caiu, o real se desvalorizou e o risco-Brasil subiu.
Provavelmente, esses movimentos
serão revertidos nos próximos dias.
Prevalece na economia internacional
uma percepção de que a atual onda
de crescimento, com baixa inflação e
ampla liquidez financeira, irá se prolongar, mesmo com uma volatilidade maior nos preços dos ativos.
Nesse contexto, aumentam as
preocupações em torno das políticas
monetária e cambial brasileiras. Os
juros elevados têm favorecido a entrada de recursos externos de curto
prazo e a valorização do real. Os investidores obtêm ganhos expressivos captando recursos em ienes,
com taxas de juros de 0,4% ao ano,
para comprar papéis em reais, que
pagam juros acima de 15% ao ano.
A persistência desses movimentos
fortalecem a tendência de valorização da moeda brasileira, deteriorando as condições de competitividade
da estrutura produtiva. Os produtores de calçados, têxteis, confecções,
automóveis e o agronegócio já enfrentam dificuldades para manter as
exportações. O desempenho da balança comercial começa a sinalizar
um horizonte menos favorável à geração de megassuperávits.
As importações cresceram 40% em
abril na comparação com o mesmo
mês de 2005. Em abril, o saldo da balança caiu 20% em relação a março.
Está evidente que as autoridades econômicas deveriam acelerar a redução
do diferencial de juros interno e externo também para preservar a sustentabilidade do superávit comercial.
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