São Paulo, sexta-feira, 16 de junho de 2006 |
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ELIANE CANTANHÊDE Turismo radical BRASÍLIA - Todos estão preocupados com os 16 mil brasileiros que
estão no exterior pela Varig, mas
ninguém se preocupou com o outro
lado: os estrangeiros que estão no
Brasil ou que já compraram bilhetes da companhia para vir ao país.
Julho e agosto são meses de férias
tanto na Europa como nos EUA e,
ao contrário dos brasileiros, que
deixam para programar viagens em
cima da hora, os estrangeiros costumam comprar passagens com meses de antecedência. Quem tinha de
comprar já comprou.
Ao ter um estalo e lembrar desse
"detalhe", a Anac pediu ao Ministério do Turismo e à Varig informações sobre o número de passagens
vendidas no exterior e sugestões sobre o que fazer. A agência discutiu
até a hipótese de o governo bancar
esses passageiros no Brasil caso a
Varig quebre.
Mais uma vez, eles serão divididos em duas categorias. Os que estiverem a serviço simplesmente terão como requisitar de suas respectivas companhias um outro bilhete
de saída. Os turistas com dinheiro
contado é que serão problema.
Na avaliação da Anac, no mínimo
curiosa, a questão é de marketing
do país, já atingido por escândalos
políticos, violência urbana, roubo
de turistas estrangeiros, especialmente no Rio e em Recife. Só falta
agora a companhia nacional por excelência deixar milhares de gringos
na mão. Está, portanto, na alçada do
Ministério do Turismo.
Há, ainda, um outro dado: a possibilidade de o Brasil passar às
quartas-de-final da Copa, enlouquecendo a brasileirada e levando
sabe-se lá quantos incautos a sair
comprando bilhetes da Varig para a
Europa, mesmo com toda a crise e
com toda a divulgação.
Enfim, enquanto uma solução
(qualquer que seja) não vem, ainda
se pode passar desta para uma pior.
Junho já é complicado, mas julho
pode ficar dramático.
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